70 REVISTA DA CAASP
em uma sessão na ONU para celebrar o
Dia Internacional da Paz. Inspirado pelas
mudanças que o documentário trouxe
à sua vida, Juan Pablo decidiu escrever
Pablo Escobar, meu pai - as histórias que não
deveríamos saber, convicto de que quanto
mais o mundo souber, menor a chance de
repetir esses erros.
Se a vida de Pablo Escobar pode
ser descrita como um meteoro que sobe
e desce com velocidade e intensidade
assustadoras, a de Juan Pablo parece mais
a de um satélite que se desprende do
planeta-pai e passa a emitir luz própria.
Enquanto este meteoro gera ondas de
impacto que explodem tudo à sua volta, o
satélite que se emancipou leva pequenas
porções de luz aos escombros, que visita
feito peregrino. E, por sua vez, alimenta
sua luz a cada visita. Sua voz gentil, sorriso
natural e gestos discretos, assim como a
voz do narrador de seus livros, nada têm
de auto-importância. A preocupação em
preservar a memória da relação amorosa
que teve com o pai e de passar essa herança
a seu filho é prova de que “não podemos
mudar o passado, mas podemos mudar o
presente e o futuro”. |
*Vivian Schlesinger é escritora e
tradutora.
/