
WEB
responsável pela sensação
de prazer, euforia,
recompensa. Quem
se vicia não consegue
viver sem essa descarga
de dopamina. Sempre
quer mais e joga mais.
Logo, o indivíduo passa a
apresentar irritabilidade
quando está longe do
aparelho.
Outra característica
que o jovem que tem
uma relação doentia com
os videosgames costuma
possuir é pouca habilidade
social e a dificuldade de persistir em
seus objetivos. “Na vida digital, por outro
lado, eles são hábeis, atraentes e tem
clareza de seu objetivo – até porque um
jogo pressupõe um ponto de partida e
outro de chegada”, compara o psicólogo.
Os estudos sobre terapêuticas
específicas para essa nova patologia
ainda estão em evolução. Por enquanto, o
carro chefe é a psicoterapia familiar e/ou
REVISTA DA CAASP 49 SAÚDE
Nabuco, do HC-USP: objetivo é controlar o uso, não impedir.
individual, buscando a atenção do paciente
para prazeres da vida real e o envolvimento
da família para controle e promoção de uma
rotina e relação de tempo mais saudável
com o jogo. Medicações só são receitadas
se forem detectadas comorbidades, isto é,
a presença de outro problema emocional,
como a depressão.
“O objetivo do tratamento não é impedir
o paciente de fazer uso dessa tecnologia,
mas de fazê-lo retomar o controle desse
uso”, ressalva Nabuco.
Apesar de só ser devidamente
classificado em 2018, o distúrbio dos
jogos eletrônicos já vem sendo tratado
em hospitais e clínicas. Em São Paulo há
atendimento gratuito a população no
Hospital das Clínicas da USP para esse
e outros vícios em tecnologias (estes
ainda não classificados pela OMS, mas
estudados).|
Ágeis e atraentes. Na vida digital.
André Tambucci-Fotos Públicas