
possibilita a qualquer momento saber dos
crimes que acontecem em determinados
área, hora e local. Isso permite direcionar
o policiamento”, descreve Silva, hoje
pesquisador do Instituto Fernand Braudel,
entidade associada à FAAP (Fundação
Armando Álvares Penteado).
“Um dos bairros mais violentos que
tínhamos em São Paulo era o Capão
Redondo, na Zona Sul da capital. Em 1998,
pela estatística da época, ali ocorriam 75
mortes por cada 100 mil habitantes. Ano
passado, esse número caiu para 7,7 mortes
por 100 mil habitantes”, relata Silva.
Sem deixar de reconhecer méritos do
Governo do Estado na queda dos homicídios
em São Paulo, Guaracy Mingardi, ex-investigador
de Polícia e pesquisador do
Núcleo de Estudos da Violência da USP, diz
que a baixa progressiva desse tipo de crime
REVISTA DA CAASP 35 ESPECIAL
deve-se a vários fatores, entre os quais
medidas de nível municipal decorrentes
do Fórum de Prefeitos sobre Segurança,
em 2005, bem como a campanha do
desarmamento deflagrada em 2001,
movimentos inibidores da violência que
em outros estados, ao que tudo indica, não
surtiram efeito.
Mas especialistas apontam mais um
fator como responsável pela diminuição
dos homicídios dolosos em São Paulo: a
hegemonia criminosa do PCC, mesmo com
seus principais chefes encarcerados. Sem
rivais, sem mortes.
“Não há nenhuma maravilha em São
Paulo. O tráfico continua. A pedra de crack
custa hoje menos do que custava em 2000,
e o mercado não diminuiu – a pedra hoje
custa entre quatro, cinco reais; em 2000
custava 10 reais. A questão é que o mercado
O Vale
Rebeliões e confrontos entre facções: penitenciárias são escolas do crime.