Se não tratado, o pânico pode levar a
complicações ainda maiores: depressão,
desenvolvimento de outros transtornos
de ansiedade e abuso de álcool ou de
sedativos, com prejuízos graves para a vida
profissional, social e familiar.
A VIOLÊNCIA
E AS SUAS
MARCAS
O transtorno de estresse pós-traumático
(TEPT) tem características
muito semelhantes às do pânico quanto
aos sintomas, a percepção dos ataques e
a incapacidade que causa em suas vítimas.
Mas um fator fundamental os diferencia: o
gatilho. “O estresse pós-traumático é uma
consequência direta de uma violência. De
36 REVISTA DA CAASP uma ameaça real à vida de uma pessoa
ou ao testemunho de uma ameaça a
integridade de um amigo, familiar e até de
um estranho”, explica a psiquiatra Andrea
Feijó de Mello, que trata de vítimas de
violência.
Assaltos, sequestros, abusos, terrorismo,
guerras ou agressões físicas podem causar
TEPT. Como os números da violência no
Brasil só aumentam, a prevalência desse
transtorno é cada vez mais alta. Estudo
realizado por grupo de pesquisadores da
Unifesp, UFRJ e da Fiocruz revelou que
88,7% das pessoas maiores de 18 anos
que vivem nas cidades de Rio de Janeiro e
São Paulo já passaram por uma situação
de violência, como assalto a mão armada,
agressões, estupros, sequestros, tortura
ou ameaças.
O risco de uma pessoa que passa por
uma destas situações desenvolver TEPT é
de mais de 10%. “Cinquenta por cento das
vítimas de estupro desenvolvem estresse
pós-traumático”, destaca Andrea. Neste
casos de estresse pós-traumático crescem na mesma proporção dos casos de violência. WEB
SAÚDE Os