12 REVISTA DA CAASP os aluguéis. Uma parte dos aluguéis é subsidiada pela Prefeitura, e uma minúscula parte é
paga pelo novo morador. Quando eu falo minúscula, eu quero falar de um aluguel mensal
de 30 reais.
Que tipo de garantia o morador terá, por exemplo, de que não será despejado? Afinal, o
imóvel não é dele...
Desde que a finalidade do imóvel seja preservada... assim, por exemplo, não pode haver
sublocação. Ele tem garantida a permanência no imóvel.
O modelo contratual do Aluguel Social já está pronto?
Está em estágio bastante avançado. As primeiras chamadas para que haja a adesão dos
particulares já estão em curso. Veja: alguns imóveis vão precisar de reformas, mas o processo
está bastante adiantado. O que tem de interessante nisso também é que muitos desses
imóveis estão no centro da cidade de São Paulo, então isso faz parte do pacote de revitalização
do centro, que é riquíssimo, tem escolas, transporte público acessível, comércio amplo,
unidades de saúde - todos os equipamentos
públicos no centro da cidade já estão
prontos, e cria-se a possibilidade de as
pessoas morarem próximo do seu local de
trabalho.
O que está sendo feito na favela do Moinho
será aplicado a outras favelas?
Na verdade, a questão da favela do
Moinho veio à tona exatamente por sua
ligação com a distribuição de drogas na
Cracolândia. O projeto urbanístico não teve
a ver com isso, é algo maior, destinado à
revitalização do centro. Claro que existem
outras intervenções sendo realizadas em
outras áreas para retomada de espaços
particulares e públicos invadidos. O que o
prefeito pretende é criar o maior número
possível de vagas de habitação, exatamente
para que as pessoas não tenham que ser
submetidas à favelização. O problema é
grande? É enorme, crônico, vem de muitos
anos e não é só de São Paulo - é de todas as
cidades de médio e grande porte no Brasil.
O que é o projeto “Mães da Luz”?
É fruto de uma constatação que tivemos
lidando com a questão da drogadição há
mais de seis anos, quando eu cheguei à
Secretaria da Justiça do Estado. Ao chegar
aqui, nós vimos a situação muito intensa,
ELOÍSA ARRUDA | ENTREVISTA