outros veículos conduzidos também por
jornalistas consagrados oriundos da mídia
tradicional, como o GGN, de Luís Nassif, o
Viomundo, de Luiz Carlos Azenha, o Opera
Mundi, de Breno Altman, o Brasil 247, de
Leonardo Atuch, e dezenas mais. O recém-criado
Poder 360, que tem no comando
Fernando Rodrigues e Tales Faria, trafega
pelas mesmas pautas políticas da mídia
tradicional, com foco em Brasília, cultivando
o pluralismo por meio de colunistas e
colaboradores. À direita no espectro
ideológico, destacam-se o Spotniks e o
poderoso O Antagonista, este conduzido
pelos ex-Veja Mário Sabino e Diogo Mainardi.
O Antagonista chegou a publicar em tempo
real conteúdo de depoimento sigiloso de
Marcelo Odebrecht ao juiz Sérgio Moro.
O momento histórico do Brasil, em que
as questões nacionais urgentes atrelam-se
em maior ou menor grau à Justiça e ao
Direito, faz nascer também uma série de
veículos especializados na área jurídica. Ao
lado dos já tradicionais Consultor Jurídico,
o Conjur, e Migalhas, estão o Justificando,
menos noticioso e mais opinativo, e o
Jota, entre muitos outros. A análise dos
sites jurídicos mereceria uma reportagem
exclusiva, pelo grau de avanço que
significam à medida que constituem um
novo campo de especialização jornalística.
MENTIRAS E CHECAGENS
30 REVISTA DA CAASP Notícias falsas sempre existiram, mas nunca com o volume e o alcance que
têm hoje, reverberadas pelas irracionais redes sociais. As fake news vieram
para ficar? “Há muita informação falsa, mas há também grande facilidade em
identificá-las – a possibilidade de um desmentido imediato é muito forte”, avalia
o professor Manuel Carlos Chaparro. “Se o cara quer sucesso, ele tem que se
colocar no trilho ético”, acredita.
Para o professor Luiz Egypto, as fake news são perigosas. “A tendência é que
as pessoas procurem notícias que corroborem o seu próprio pensamento.
Quanto mais você me der uma notícia falsa que endosse o que eu penso, mais
eu tendo a acreditar nela”, raciocina, e vai além: “Trata-se de uma coisa que vai
totalmente contra os princípios basilares do jornalismo, que foram construídos
na era pré-digital: autenticidade, credibilidade, checagem, fidedignidade”.
A Associação dos Especialistas em Políticas Públicas de São Paulo, mediante
critérios definidos por um grupo de estudos da USP, identificou os mais
acessados sites falsamente jornalísticos, contumazes disseminadores de
fake news. Eles têm algumas caraterísticas em comum, como não possuir
ESPECIAL