para um ato, mas que tivera de compor
mais dois atos para completar a história.
Talvez se o cineasta tivesse se resumido
às ideias centrais do escritor o resultado
poderia ter sido melhor. Com duas horas
e meia de duração, para saturar a tela de
efeitos especiais, satisfazer sua claque e
introduzir na trama os clichês tradicionais
de Hollywood, o expectador inocente pode
até distrair-se da crítica social.
Philip K. Dick (1928-1982) foi um influente
escritor americano de ficção científica, de
extensa produção, tendo vendido mais de
20 milhões de exemplares. Jamais se deu
bem com Hollywood, principalmente pelo
que ele dizia ser a arrogância dos cineastas
e dos artistas pelo que eles desejavam
mudar em seus livros.
Porém, ao final da vida e após sua
morte, consagrou-se como poucos outros
escritores junto a uma enorme plêiade
REVISTA DA CAASP 55
de grandes diretores de cinema. Entre
os numerosos filmes baseados em seus
romances, podemos encontrar Blade
Runner, de Ridley Scott; e O Vingador
do Futuro, de Paul Verhoeven, inegáveis
clássicos.|
Luiz Barros