ex-professor da Faculdade de Comunicação
da PUC-SP e que por 17 anos foi redator-chefe
do Observatório da Imprensa, site de
análise de mídia criado por Alberto Dines.
“Quando se fala em jornalismo, estamos
tratando de uma disciplina de verificação.
ESPECIAL 24 REVISTA DA CAASP Admito que possa ser esta uma posição
romântica da minha parte, mas acredito
que o bom jornalismo vencerá. A boa
investigação, a boa checagem e o olhar
para essa atividade como algo de interesse
público prevalecerão”, prevê Egypto.
Moradoras de rua ou com histórico de uso
de drogas têm seus bebês retirados ainda nas
maternidades e entregues para adoção pela
Justiça à revelia das mães. Essa era chamada
que estampava a página inicial do site da
Agência Pública no último dia 20 de julho.
Reportagem que exige do repórter gastar
sola de sapato, como se diz no jargão da
profissão – essa é marca do jornalismo
praticado pela Pública.
“Praticamos um jornalismo
independente. Não somos financiados
por governos nem empresas, mas nosso
principal diferencial é a forma de escolher
as pautas: todas as nossas pautas nascem
aqui dentro, não temos um financiador
que pede matérias”, descreve Marina Dias,
coordenadora de Comunicação da agência
(apublica.org).
As reportagens da Pública podem ser
lidas em qualquer veículo, mesmo os
da chamada Grande Imprensa. Revistas
semanais e jornais diários em papel
costumam publicar matérias da agência
SEM FINS
LUCRATIVOS
– e não pagam por isso. “Somos uma
organização sem fins lucrativos, nós
distribuímos nossas matérias sem cobrar,
mas temos algumas regras: ninguém pode
mexer no nosso conteúdo”, explica Marina.
“Nós fazemos reportagens investigativas
e publicamos todos os documentos que
obtemos. Nosso leitor tem acesso à fonte
primária, sempre que possível”, destaca.
A Agência Pública financia-se por
doações de instituições do quilate de
Fundação Ford, Instituto Betty e Jacob
Lafer, Open Society Foudations, Aliança
pelo Clima e Uso da Terra, Oak Foudation
e outros.
“Agrada muito a mim o conceito de
empresa jornalística sem fins lucrativos.
Estamos num momento em que as coisas
começam a se definir, mas não temos ainda
algo pronto. Acho que o melhor modelo é o
da qualidade”, avalia Luiz Egypto.
Para Manuel Carlos Chaparro, grandes
companhias jornalísticas são pensadas
como negócio, portanto partem de ações