REVISTA DA CAASP 29
ESPECIAL
WEB
todos os veículos jornalísticos consideram-se
independentes quanto ao conteúdo,
mesmo aqueles que recebem todo tipo
de verba publicitária, seja de empresas
privadas, bancos, governos ou estatais.
Normalmente, são veículos de nítido
posicionamento no âmbito da política
nacional, que tomam partido a cada passo
dado pela Operação Lava Jato, por exemplo.
Isso não significa que não contenham
análises e notícias de qualidade e cada
vez maior número de leitores, além de
articulistas gabaritados. Deixando de fora
os sites mantidos por grandes empresas de
comunicação – como o UOL, da Folha de S.
Paulo, e o G1, da Globo –, destaca-se o DCM
– Diário do Centro do Mundo, hoje dirigido
pelo jornalista Kiko Nogueira, mas fundado
por seu irmão Paulo Nogueira, falecido
em junho último. Ambos são advindos da
Grande Imprensa – Paulo foi diretor da
revista Exame, além de ter ocupado outros
cargos de direção no Grupo Abril e nas
Organizações Globo. O DCM registrou entre
20 de junho e 20 de julho últimos nada
menos que 3,3 milhões de leitores únicos,
e 14,5 milhões de visualizações de páginas,
mais do que alcançam, por exemplo,
os sites ligados às tradicionais revistas
semanais impressas, como Veja e Isto É.
O DCM tem empresas de vários ramos
anunciando no site, além da chamada
propaganda programática, que é a ocupação
de espaços por conteúdo de outros sites
remunerada via Google. Mas talvez o maior
valor jornalístico do Diário do Centro do
Mundo resida nas reportagens de fôlego
custeadas por crowdfundig: o veículo lança
a pauta a ser desenvolvida aos leitores, que
decidem fazer ou não doações para sua
concretização. Financiado por crowdfundig
o DCM fez até matérias internacionais,
como aquela em que o repórter Joaquim de
Carvalho viajou às Ilhas Virgens Britânicas
em busca de identificar uma empresa
ligada à Globo, supostamente usada para
esconder recursos da Receita brasileira.
No mesmo campo em que se
posiciona o DCM, que se autoclassifica
como de esquerda e apartidário, estão