capitaneada pelo prefeito João Doria, dessas intervenções para apoio aos dependentes
químicos, as questões de segurança e tudo mais. Nós dissemos: “prefeito, falta alguma coisa
de apoio específico para as famílias”.
O projeto “Mães da Luz” tem por objetivo atender aos familiares dos dependentes químicos.
Por que nós chamamos o projeto de “Mães da Luz”? Porque no mais das vezes são as mães que
não desistem dos filhos entregues à drogadição. Além disso, há o símbolo da maternidade:
a mãe que dá o filho à luz quer que ele permaneça na luz, quer tirá-lo da escuridão. Mas o
projeto não é só para mães – é para mães, pais, filhos, para quem quiser nos procurar. O
objetivo é dar orientação sobre a dependência de droga. Uma mãe chega aqui e diz que o
filho começou a fumar maconha, e ela não sabe o que fazer. Nós a encaminhamos para
grupos de ajuda mútua, por exemplo a “Amor Exigente”, ou, se ele já está comprometido,
orientamos a que o leve para um Caps - Centro de Atendimento Psicossocial. Recentemente,
tivemos duas mães no mesmo dia, que chegaram com as filhas, dependentes químicas,
que elas conseguiram trazer, e disseram assim: “o que é que eu faço? Ela está querendo
internação”. Nós encaminhamos para um equipamento médico nosso, e as duas meninas
REVISTA DA CAASP 13
foram internadas - no mesmo dia, em
horários diferentes. Uma das meninas
estava até com quadro de tuberculose e
está internada.
Outra mãe: “eu estou aqui porque tenho
um filho de 20 anos que começou usando
maconha, álcool e depois entrou no crack
- e desapareceu, está desaparecido há
sete meses. Eu trouxe a fotografia dele”. A
própria Prefeitura tem um serviço ligado
à Secretaria de Assistência Social que é de
busca de pessoas desaparecidas. Então
nós acionamos esse serviço para tentar
localizar o rapaz.
A senhora concorda que a Guarda
Metropolitana porte as mesmas armas
que a Polícia Militar?
Eu concordo. Caso eles não estejam
preparados, devem se preparar. Há
situações em que o uso da arma é
necessário, situações de conflito, de
agressão e de necessidade de proteger a
população.
A questão é polêmica, não? Até pela
natureza da Guarda Metropolitana...
Sem dúvida. Mas, na medida em que ele
está fardado... o próprio guarda civil pode
ser objeto da agressão, como já aconteceu
ENTREVISTA | ELOÍSA ARRUDA