Quando esta edição foi
finalizada, faltavam poucos dias
para 20 de fevereiro, data prevista
para o Congresso votar a PEC da
Previdência, proposta do Governo
que dá novos contornos aos regimes
previdenciários em vigor no Brasil.
Não era certa, contudo, a entrada
da PEC em votação. O presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmava não ter certeza de sua
aprovação, daí a possibilidade de a
apreciação em plenário ser adiada.
O presidente Michel Temer percorria
a mídia, destaque ao programa de
Silvio Santos, para convencer a massa
de que ela não seria prejudicada pela
reforma da previdência.
A votação ou não da reforma
da Previdência em 19 de fevereiro
em nada interfere na reportagem
de capa desta edição. A matéria
explica, a partir da análise de
especialistas da Universidade de São
Paulo, da Fundação Getúlio Vargas
e da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, que, sim, o Brasil precisa
reformar a Previdência, porém de
modo estrutural, tendo em vista o
envelhecimento e a mudança do
perfil da população. A reforma de
Temer poderá, no máximo, significar
um alívio de caixa. Há ainda quem
conteste o tão alardeado déficit do
setor.
O tema ganha reforço na seção
Saúde, cuja reportagem mostra
REVISTA DA CAASP 3 EDITORIAL
como envelhecer sem perder as
condições de desfrutar das boas
coisas da vida.
O entrevistado desta edição
é Celso Lafer. Intelectual, digamos,
clássico, Lafer certamente exigirá
conhecimentos prévios do leitor
para ser bem compreendido. Nada
mais honroso para a Revista da
CAASP do que trazer às suas páginas
um personagem de bagagem
cultural tão ampla, que pode falar
com igual propriedade sobre política
internacional, Direito, democracia,
terrorismo, populismo, imigrantes
e... Donald Trump.
Enriquecer culturalmente
o leitor é um dos objetivos da
revista da Caixa de Assistência dos
Advogados de São Paulo. Cultura
jorra das páginas da seção Literatura,
nesta edição mais do que nunca.
Em texto profundo e espirituoso,
nossa colaboradora disseca o
sempre polêmico Lolita, de Vladimir
Nabokov, livro que nos faz, de certa
forma, compactuar com uma paixão
proibida.
Fecha a edição artigo do
advogado Luciano Caparroz Pereira
dos Santos, presidente da comissão
da OAB-SP que trata da questão do
caixa 2 nas campanhas eleitorais.
O tema é oportuno: como serão
financiadas as eleições deste ano?