Maisa Kairalla: “O ambiente tem impacto significativo na
longevidade”.
MENTE SÃ,
CORPO SÃO
38 REVISTA DA CAASP
Das poucas coisas previsíveis
de acontecer no Brasil uma
é certa: em poucas décadas
seremos um dos países com
o maior número de idosos do
mundo. Hoje, os brasileiros
podem esperar viver no mínimo
60 anos, sendo que a média de
vida no país é de 75 anos. O
aumento da longevidade abriu
um leque de oportunidades
para o potencial humano.
Contudo, a amplitude dessas
oportunidades dependerá
muito de um fator fundamental:
saúde.
“O nosso envelhecimento
é resultado de uma contribuição parcial
entre genética e ambiente, sendo que a
contribuição do ambiente tem impacto
significativo na longevidade”, diz a geriatra
Maisa Kairalla, presidente da Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontolongia,
Seção São Paulo, que observa: “É por isso
que a maior parte das pessoas da lista
de mais velhas no mundo é originária do
mundo desenvolvido”.
Nesse sentido, os desafios do Brasil
são enormes. Exige-se das autoridades
públicas ações que vão da infraestrutura
das cidades a um melhor acesso à
saúde e à educação. Da mesma forma, a
longevidade cobrará de cada um de nós
uma participação individual. A maioria
dos problemas de saúde enfrentados
pelos idosos está associada a problemas
crônicos, principalmente doenças não
transmissíveis muitas vezes evitáveis.
“Envelhecer é um privilégio, só que
não é um privilégio gratuito. Exige de nós
comportamentos saudáveis”, pontua o
neurologista do Laboratório de Neurologia
da Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo) Fabiano Moulin Moraes.
O advogado Seiji Shiguemoto, de 64
anos, tem uma ampla coleção de troféus
que angariou no Circuito OAB-CAASP de
Tênis, uma das diversas competições
esportivas em que a CAASP contempla
uma categoria para os que estão acima
de 60 anos. A receita do sucesso de
Shiguemoto vai além dos treinos de tênis,
como ele contou uma vez ao site da Caixa
de Assistência: “Fazer academia é essencial
para ajudar no preparo físico”.
Entre as mulheres, sobressai-se a
advogada Cleide Magalhães Jorge. Aos
71 anos, ela já desbancou adversárias
bem mais jovens na competição tenística
organizada pela CAASP. “Eu cuido da saúde,
procuro não ganhar peso e não parar. É
preciso estar em movimento. Quem não
para vai longe”, disse Cleide.
“Todos vamos perder algum
SAÚDE