Logicamente não se pode generalizar, destacando que existem
os bons e os maus políticos, mas como mencionado anteriormente a
necessidade de vencer eleições leva sempre a algumas opções, ou não
se disputa eleição por conta da necessidade de se promiscuir ou se joga
o jogo, ou se faz uma campanha espartana e sem grandes expectativas.
É isso que se busca mudar com a proibição das doações empresarias e
o combate ao caixa 2.
Neste cenário, imaginar que não vai existir caixa 2 seria ingenuidade,
mas hoje temos um olhar mais atento para o problema que gerou tantos
males para o país e para a política como um todo. A OAB, nas eleições
de 2016, fez campanha contra o caixa 2, criou um aplicativo para receber
denúncias, estruturou comissões de combate ao caixa 2. Em conjunto
com a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral, buscou coibir esta
prática. Tal esforço certamente se repetirá no próximo pleito.
Hoje os candidatos têm limite de gastos, bem como precisam lançar
todos os recebimentos e gastos praticamente online, o que permite ao
cidadão comum verificar pela internet esta movimentação e avaliar se o
montante recebido com os gastos está compatível. Também é possível
verificar a origem das doações, o que é fundamental para se analisar se
estão de acordo com um representante político.
Ainda não é o ideal em termos de transparência e de dados
fornecidos, mas já avançamos bastante e ainda temos muito a avançar.
Tenhamos em mente que a política é um processo de debates e escolhas.
Que nós, eleitores, possamos fazer as melhores escolhas.|
*Advogado, presidente Comissão contra Caixa 2 nas Campanhas
Eleitorais da OAB-SP.
REVISTA DA CAASP 77 OPINIÃO