46 REVISTA DA CAASP
tapeçaria. São como médicos de clínica
geral: e a comparação faz sentido.
“Normalmente, as pessoas só vão ao
médico quando ficam doentes. No carro,
é a mesma coisa: em geral, as pessoas só
aparecem aqui quando o carro está com
um problema, e às vezes o problema é
grande”, diz Válter Kaduooka.
“São raríssimas as pessoas”, diz Gilberto.
Difícil encontrar alguém como a funcionária
pública Leonor Gonçalves Simões, dona
de um Ford Scort ano 1993, que ela
comprou zero. “Ela faz revisão a cada 5 mil
quilômetros”, conta Gilberto. De duas a
três vezes por ano. Com isso, nunca teve
um gasto mais elevado com carro — nunca
houve problema de aquecimento de motor
ou de falha de alguma peça da engrenagem
que faz o carro se movimentar.
Leonor deixa o carro na oficina sempre
que precisa trocar o óleo. Aí a revisão é
completa, troca-se o filtro e se faz a limpeza
dos bicos e um teste geral. Cada vez que vai
à oficina gasta de 600 a 800 reais, incluindo
mão de obra. Se se considerar que, neste
custo, estão incluídos óleo e filtro, o preço
é baixo, principalmente porque, entre uma
revisão e outra, o carro não dá problema.
A oficina de Gilberto é pequena,
mas muito movimentada, resultado da
credibilidade na prestação de serviços.
Quando a reportagem esteve lá, havia três
carros em serviço, entre os quais um Fiat
Palio para revisão. Válter fez todos os testes
e disse que não havia nenhum problema.
“É um carro que sempre é trazido aqui,
para revisões, a cada 10 mil quilômetros.
Só vamos trocar o óleo e o filtro”, afirmou.
A oficina de Gilberto faz parte do rol de
prestadores de serviços automotivos do
Clube de Serviços da CAASP, e foi indicada
por um advogado.
O advogado Luiz Carlos Gonçalves, de
São Paulo, comprou seu primeiro carro há
mais de 20 anos, um Volkswagen Voyage
usado, propriedade de um amigo. “Eu era
apaixonado por aquele carro”, conta. Mais
tarde, passou a comprar carros novos, como
o atual, um Fox, também da Volkswagen.
Ele fez todas as revisões na concessionária,
para não perder a garantia, e, depois disso,
passou a frequentar a oficina de Gilberto.
“Foi uma indicação do frentista do posto
em que eu abastecia. Eu queria alguém que
trabalhasse bem, e gostei”, afirmou. Ele leva
o carro periodicamente para a revisão e, às
vezes, quando ouve um barulho estranho
no carro. “Uma vez, escutei lata batendo
e fui logo lá. Era o cárter que estava solto.
Ele corrigiu e não cobrou nada. Por isso,
DICAS
Arquivo G.F.
Valter ( à esquerda), e Gilberto (à direita): “médicos”de
carros. Ao centro o advogado Luiz Carlos Gonçalves.
TEM QUE
TRATAR BEM