do impeachment. Em todos os outros anos,
fomos superavitários, considerando-se
inclusive o regime dos servidores públicos”,
afirma o senador Hélio José (Pros-DF),
relator da CPI. E acrescenta: “A conta da
Seguridade Social, onde a Previdência está
incluída, como um todo, é superavitária”.
“O Governo não tem interesse nenhum
pela verdade, prefere fazer marketing e
propaganda da previdência privada em
prol dos banqueiros”, radicaliza o senador.
Um estudo da Anfip (Associação
Nacional dos Auditores Fiscais da Receita
Federal do Brasil), que serviu de base para
o relatório final da CPI, tenta demonstrar
que o vermelho da Previdência resulta de
desvinculações orçamentárias, sonegação
e renúncias fiscais, associados a recessão,
desemprego e políticas macroeconômicas
inadequadas. “A DRU (Desvinculação das
Receitas da União), que em 2016 aumentou
de 20% para 30%, retirou da Seguridade,
só naquele ano, 98,9 bilhões”, destaca o
presidente da Anfip, Floriano Martins de Sá
Neto.
Conforme o relatório da CPI, a
Previdência teve superávit de 821,73
bilhões reais de 2000 a 2015. “Atualizado
pela taxa Selic, esse valor seria hoje de
2,12 trilhões de reais. A Comissão também
constatou que, nos últimos 20 anos, devido
a desvios, sonegações e dívidas, deixaram
de entrar nos cofres da Previdência mais
de 3 trilhões, valor que, atualizado, passaria
dos 6 trilhões”, diz Sá Neto.
“Em vez de propor medidas de
melhoria da arrecadação, revisão de
benesses concedidas ao empresariado
– como renúncias, desonerações e
refinanciamentos -, o Governo percorre
o caminho do corte e, neste jogo, apenas
sobre os trabalhadores”, argumenta.
Denise Gentil, da UFRJ, lembra que a
REVISTA DA CAASP 29 ESPECIAL
Denise Gentil, da UFRJ: “A econômia com a
reforma será infinitamente menor que as
desonerações”.
Sérgio Amaral
Sá Neto, da Anfip: “A DRU tirou 98,9 bilhões de
reais da Seguridade em 2016”.
Agência Sindical