ajudar também por sua atividade meio,
que é acumular recursos, contribuindo
para a solução dos problemas
macroeconômicos do país: o Brasil hoje
precisa de financiamento de projetos de
infraestrutura, já que o BNDES não está
financiando. Quem é o grande parceiro
do Estado brasileiro hoje? É o segmento
fechado de previdência complementar”,
relata Luís Ricardo Marcondes Martins,
presidente da Abrapp (Associação Brasileira
das Entidades Fechadas de Previdência
Complementar).
Surgidos nos anos 70 como política
de Recursos Humanos de empresas
paraestatais, os fundos de pensão de
trabalhadores foram grandes compradores
durante as privatizações do Governo
Fernando Henrique Cardoso. E não podem
ser mensurados por casos pontuais
de corrupção e rombos, como vem
estampando parte da imprensa. “Há gênios
do crime nos mundos das instituições,
Luís Ricardo Martins, presidente da Abrapp: “A previdência fechada pode ajudar o país na solução do seus
problemas sociais”.
REVISTA DA CAASP 31
das construtoras, na área educacional, de
frigoríficos. Tudo tem que ser apurado. No
caso dos fundos de pensão, são exceções:
as três entidades envolvidas na CPI dos
Fundos de Pensão, em 2015, foram vítimas
de gênios do crime, e o sistema reúne
307 entidades. A própria Previ (fundo dos
funcionários do Banco do Brasil) não tem
problema nenhum, e sua governança
barrou vários investimentos da JBS, por
exemplo”, explica Martins.
O dirigente, que presidiu por duas
gestões OABPrev-SP, fundo de previdência
da OAB-SP e da CAASP, queixa-se da perda
de espaço para debate sofrida pelo setor no
Governo Temer, que extinguiu o Ministério
da Previdência e colocou a área sob o
guarda-chuva do Ministério da Fazenda.
“Quando a Previdência vem para a Fazenda,
eles começam a enxergar a previdência
complementar fechada com um viés muito
mais financeiro do que social – e essa visão
está errada”, reclama. “O Governo não está
ESPECIAL
Abrapp