
SAÚDE 40 REVISTA DA CAASP
exploratória e criativa, que permite à
criança distanciar-se rapidamente de
expectativas e previsões dolorosas, pode
fazer toda a diferença para seu estado de
saúde. “Fatos corriqueiros, repetitivos e
padronizados que gerem emoções ruins
podem consequentemente gerar respostas
inadequadas do organismo, ainda que
a sua finalidade seja positiva. Assim, ao
mudar a emoção que essa informação
causa na criança, pode-se mudar o modo
de funcionamento e resposta do seu corpo”,
entende Bottura Júnior.
Trata-se de uma visão mais sistêmica
do nosso organismo, onde a interação
e interdependência de mente, corpo e
emoções e os vários componentes dessa
rede seriam capazes de promover saúde se
bem combinados.
Desde meados do Século XX, trabalhos
científicos caminham nessa seara, indicando
que a emoção é algo concreto e se expressa
nas alterações da fisiologia do corpo
humano. Os sentimentos têm componentes
musculares, bioquímicos e comportamentais
- a tristeza provoca apatia muscular,
tornando o indivíduo menos ativo; o medo
gera o hormônio adrenalina, que prepara o
organismo para grandes esforços físico entre
outras funções; e o afeto desperta a vontade
de oferecer coisas boas a alguém.
Quanto ao riso, sabe-se que ele
aumenta a produção da endorfina, um
relaxante natural e anestésico capaz de
tornar a dor mais tolerável ou até mesmo
aliviá-la, ainda que temporariamente.
Sem tensões físicas e estresse, o
sistema imunológico é estimulado a
fabricar células imunes e anticorpos,
melhorando assim a resistência e o
combate às doenças. Além disso, o riso
promove a função dos vasos sanguíneos
e aumenta o fluxo de sangue, ajudando na
prevenção de problemas cardiovasculares,
hoje tão comuns. Por tudo isso, doses de
riso, ou o bem-estar que elas proporcionam,
podem facilitar e agilizar a recuperação de
pacientes, reduzindo em alguns casos o
tempo de internação.
Doutores da Alegria, conforto para 1,7 milhão de
crianças internadas.
Bottura: “Tudo que o paciente deseja é
sentir o contato com o outro”.
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