
ALGUÉM QUE
CONHECE O MÉTIER
34 REVISTA DA CAASP
“A Lei Eleitoral está adaptada à realidade
que estamos vivendo”, reconhece o advogado
Sílvio Salata, presidente da Comissão de
Direito Eleitoral da OAB-SP. Por outro lado, os
candidatos devem permanecer 24 horas por
dia em alerta com as atividades de marketing
de suas campanhas. “O ilícito eleitoral pela
propaganda negativa pode gerar o abuso dos
veículos de comunicação social através da rede
mundial de computadores. Isso pode culminar
lá na frente com penalizações gravíssimas
contra o candidato”, adverte Salata.
ESPECIAL
O gaúcho Marcelo Branco é um dos mais
respeitados especialistas em internet do Brasil.
Para muitos, um guru, apesar de ele próprio
não gostar de ser chamado assim. Não lida
com conteúdo, apenas com tecnologia, afirma.
Em 2010, ficou conhecido no país por atuar na
campanha de Dilma Rousseff à Presidência da
República, da qual se desligou antes da hora
por divergências internas. Nestas eleições
de 2018, assessora a pré-candidata do Psol,
Manuela D’Ávila.
“Nas campanhas eleitorais, quem dava o
tom, o ritmo, era o candidato, o partido, e tinha
uma mediação da cobertura da imprensa que
também influía na opinião pública. Com a
internet, isso muda”, constatou.
Os eleitores brasileiros passaram a ser
“multidões multimídia” a partir de 2010,
segundo Branco, dotados do poder
de conectar-se entre si – fator que,
enfim, torna a web o colosso que é.
“As interconexões acontecem entre os
apoiadores, os eleitores nas redes e os
termos que são usados nos discursos
dos candidatos. É diferente de uma
linha editorial na página oficial do
candidato, sendo transmitida para um
monte de gente que fica assistindo”,
compara.
“A internet empodera o eleitor”,
sentencia.
Apaixonado pela rede mundial,
Marcelo Branco diz que ela é fruto de um
Revista Fórum
Marcelo Branco: sonho de uma internet
libertária virou pesadelo.