“sonho libertário”, mas que esse sonho pode
estar se tornando um pesadelo. “São pós-verdades
construídas a partir de fake news
que inundam as redes. São mensagens falsas
que ajudam a formar opinião. É a presença
ativa de robôs interferindo na comunicação
entre eleitores. Enfim, são formas artificiais
de fomentar o público sem o consentimento
do público”, descreve, classificando como
absurda a venda de dados por empresas a
campanhas eleitorais.
O maior problema quanto às fake news,
segundo Branco, é descobrir quem as financia.
“Na votação do Brexit, no Reino Unido, houve
fake news customizadas, feitas a partir da venda
de dados pessoais do Facebook e de outras
redes. Venda de dados pessoais é antiético.
Isso alimenta um mercado publicitário
segmentado e, ao mesmo tempo, alimenta
REVISTA DA CAASP 35 ESPECIAL
as fake news segmentadas. Tem alguém que
paga isso. As autoridades têm de ir atrás
– a Polícia Federal, cyberinvestigadores, as
polícias estaduais. Não adianta ficar pegando
o sujeito que compartilhou”.
Indagado pela Revista da CAASP sobre
pedidos indevidos de políticos, como destruir
a reputação de um adversário, Marcelo Branco
diz que nunca recebeu nada parecido, até por
atuar exclusivamente na área tecnológica.
“Quando eu trabalho, não compramos
nenhum tipo de lista de vendedores de
dados pessoais para fazer distribuição no
Whatsapp ou coisas do gênero. Nós fazemos
o jogo limpo, um trabalho técnico, que é
compreender o comportamento de multidões
a partir de dados públicos coletados e orientar
o que vai ser feito pela equipe de conteúdo de
comunicação”.
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