
(PSC) e Rodrigo Maia (DEM).
Guilherme Boulos foi o pré-candidato
que apresentou menor percentual de
bots entre seus seguidores, entre 13,3% e
14,7%. Na outra ponta ficou Álvaro Dias,
com percentual entre 63,7% e 65% de robôs
entre seus seguidores. Os pesquisadores do
InternetLab fizeram uma observação quanto
ao senador paranaense: “Há uma distorção
que pode ser observada com relação ao
candidato Álvaro Dias, que claramente
se isola dos demais. Esse achado indica,
principalmente, que entre ele e os outros
pré-candidatos existe um baixo número
de seguidores bots compartilhados, se
comparado com a situação dos demais.
Como esse candidato apresentou uma
elevada quantidade de bots estimada para
o seu perfil e um padrão que difere dos
demais, foram levantadas suspeitas de que
algo incomum poderia ter ocorrido em seu
perfil”.
O InternetLab tem o cuidado de informar
que os dados não provam a compra de
robôs pelos candidatos. Ao todo, mais de 1
milhão de bots seguem os presidenciáveis
no Twitter, e em muitos casos acompanham
mais de um simultaneamente.
A internet, terreno fértil para invasões
de privacidade e falsificações, tem,
saudavelmente, o poder de ampliar o
controle do eleitor sobre o candidato. “O
monitoramento dos candidatos tornou-se
descentralizado. Essa tarefa não é
mais só da mídia, mas também de outras
campanhas e de qualquer internauta.
Dessa forma, os candidatos serão
acompanhados em todos os seus passos e
suas atividades e seus discursos irão todos
para a internet de alguma forma. Isso gera
um impacto positivo, pois aumenta o grau
de transparência e revela o candidato em
situações que antes não eram visíveis para
REVISTA DA CAASP 31 ESPECIAL
o eleitor”, pondera Ronaldo Lemos.
Em paralelo, cada vez mais adquirem-se
ferramentas de “priorização” de conteúdo
via sites de busca, como o Google.
Campanhas políticas fazem isso. Quando
transparente, a prática é legal. “Uma das
mudanças da Lei Eleitoral foi a permissão
para a propaganda paga na internet, o que
não era permitido em eleições passadas.
Isso traz vantagens para os candidatos, já
que facilita a comunicação direcionada com
seus eleitores”, diz Lemos, mas ressalva:
“No entanto, como a eleição nos Estados
Unidos nos ensinou, é muito importante
ter transparência nesse processo, de modo
que fique claro quem está pagando por
cada campanha na internet”.
Os partidos largam com 2,5 bilhões
de reais para gastar nestas eleições, dos
quais 887,7 milhões são advindos do
Fundo Partidário e 1,7 bilhão decorre de
lei aprovada pelo Congresso e sancionada
pelo presidente Michel Temer. O PT ficará
com a maior fatia (330,3 milhões de reais),
seguido pelo MDB (329,09 milhões) e pelo
PSDB (283,29 milhões).
WEB
Álvaro Dias, presidenciavel cujos seguidores no
Twitter são 65% robôs.