
Eleições à vista, anseios por
mudanças. Salvas as faces de
sempre da política brasileira, o pleito
de outubro terá uma protagonista
que, já não tão nova, será mais
influente do que nunca. A internet
poderá ser decisiva para o bem ou
para o mal. Meio de comunicação
inquestionavelmente democrático,
a web, com suas redes sociais,
também comporta um amplo leque
de instrumentos com potencial de
minar a democracia, incluindo robôs,
trolls, fake news e muitas outras
maldades tecnológicas.
A reportagem de capa desta
edição traz análises de especialistas
sobre o tema, tentando alertar o
leitor para que ele não seja, digamos,
eletronicamente enganado.
Neste Brasil tecnológico-eleitoral,
ninguém tem criticado
com mais propriedade o Poder
Judiciário que o entrevistado desta
edição, Conrado Hübner Mendes.
Com lucidez e coragem, o professor
da Faculdade de Direito da USP e
colunista da revista Época não usa
meias palavras ao repudiar, por
exemplo, o comportamento do
ministro Gilmar Mendes: “Ele viola a
integridade do tribunal pela teia de
relações que faz questão de construir
e manter, por ser um canal de
comunicação permanente e aberto
aos políticos mais importantes da
República.”
REVISTA DA CAASP 3 EDITORIAL
O Brasil ferve como nunca,
sob uma crise política e econômica
que se recusa a amainar. Alguns
vieses dessa crise, como um conflito
hermenêutico nos tribunais que
gera enorme insegurança jurídica,
não é exclusividade nossa, como
demonstrado na entrevista feita
em Paris por nossa correspondente
internacional. Paralelamente, entra
em vigor a Nova Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, e quem
escreve sobre ela é um dos seus
autores, o diretor da Faculdade de
Direito da USP, Floriano de Azevedo
Marques Neto.