Em mais de 40 anos de jornalismo, Juca
Kfouri perdeu as contas dos processos
que sofreu de cartolas do esporte. De fato,
ele sempre bateu duro nos métodos de
condução dos clubes, das federações e
confederações desportivas brasileiras e
internacionais. Também sempre contou com
ótimos advogados para defendê-lo. “Nunca
me autocensurei”, garante. Os recentes
fatos judiciais contra a cartolagem não o
entusiasmam: “Mudam só as moscas”.
Algumas de suas aventuras estão relatadas
no livro “Confesso que perdi”, memórias que
ele acaba de lançar. Por que um profissional
tão bem-sucedido, e que leva uma vida
familiar harmoniosa com filhos e netos, seria
um derrotado? Ele explica as razões no livro e
na entrevista a seguir, concedida ao editor da
Revista da CAASP, Paulo Henrique Arantes.
Nas linhas a seguir, Juca Kfouri, que
é formado em Ciências Sociais pela USP,
fala de esporte – futebol, principalmente –,
jornalismo e política. Reconhece no modelo
de entretenimento que absorve o esporte
na mídia um campo propício à lavagem de
dinheiro. Conta por que recusou ser secretário
de Esportes no Governo Fernando Henrique
Cardoso e como se deu a indicação de Pelé
para o cargo. Fala de sua decepção com Lula
e diz o que pensa de Michel Temer. Não faltam
saborosos relatos de suas jornadas como
diretor das revistas Placar e Playboy, de sua
amizade com Sócrates e de sua admiração
por João Saldanha.
REVISTA DA CAASP 9
O ESPORTE É
PROPÍCIO À
LAVAGEM DE
DINHEIRO.
ENTREVISTA | JUCA KFOURI