56 REVISTA DA CAASP
no final de 2013, a sua startup, hoje um
importante veículo para localização
e contratação de colegas em outras
comarcas. Tomaz é advogado, formado
pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Quando advogava, já existiam sites que
ofereciam cadastro para correspondente,
mas ele achava que a tecnologia poderia
oferecer algo mais dinâmico e com um
banco de dados maior.
“Eu percebi que havia uma procura
muito grande por correspondentes. Os sites
que existiam faziam essa intermediação,
mas já havia ferramentas para algo mais
específico”, conta.
Ao falar de startups, dificilmente se usa
a palavra “empresa”, embora as startups
tenham personalidade jurídica e CNPJ. O
conceito é outro. Na entrevista realizada
com Tomaz Chaves, os termos que fluíram
foram “plataforma”, “empreendimento”,
“site”, “negócio”, “oportunidade”. Não se
pronunciou uma única vez “empresa”. “Eu
sou apaixonado por empreendedorismo
digital”, afirmou.
Aos 29 anos de idade, já formado em
Direito, Tomaz conciliava a advocacia
com a administração de site de cupons,
para descontos no comércio de Belo
Horizonte. A empresa, que ele mantinha
com dois sócios, durou dois anos. “Nós
fomos devorados pelos sites de compras
coletivas”, disse, bem humorado.
Nas startups, o alto grau de incerteza
é próprio da atividade, daí não existir
nenhum grande trauma quando um
tubarão (ou peixe urbano, como foi o caso
dele) vem e devora tudo, impondo-se no
mercado. “A internet é disruptiva, vem
uma nova iniciativa e muda todo o modelo
de negócio”, comenta, com o uso de uma
palavra que é própria desses novos tempos
- disrupção.
É uma palavra adaptada ao português
— vem do inglês “disruption”, que significa
desmoronar. Em português, a palavra
seria “diruir” ou “derruir”, mas não há
vocabulário dicionarizado que supere força
desses novos conceitos, nascidos no Vale
do Silício, onde os quadros da Universidade
Stanford implantam startups em série.
Um deles, todo mundo já ouviu falar:
Steve Jobs, criador da Apple. Outro também:
Bill Gates, da Microsoft. Mark Zuckerberg,
do Facebook, começou seu negócio longe
dali, na outra costa, em Harvard, mas a
rede social não chegaria aonde chegou se
ele não tivesse sido contaminado pelos
espíritos (ou quadros) do Vale do Silício. No
novo negócio, em que a startup é o produto,
DICAS
Arquivo Pessoal T.C.
Tomaz Chaves: localizando advogados para
trabalhar em diferentes comarcas.