Mara Gabrilli, primeira deputada federal
tetraplégica do país.
SAÚDE 46 REVISTA DA CAASP
hipertensão, lesões relacionadas com
quedas e transtornos de humor, como
depressão.
O relatório Healthy People 2010 sugere
que a baixa taxa de participação entre
pessoas com deficiência em atividades
físicas pode estar relacionada a barreiras
arquitetônicas, como ruas e calçadas
danificadas e que oferecem risco de queda,
passarelas ou caminhos estreitos demais
para um deficiente e acompanhante
locomoverem-se lado a lado, sinalização
mal feita, falta de banheiros acessíveis ao
longo de uma trilha etc.
Mara Gabrilli, a primeira deputada
federal tetraplégica do país, costuma
encarar verdadeiros desafios esportivos
para mostrar que uma pessoa com
deficiência pode ir muito além. Em seu
blog, no site da Revista Trip, há uma série
de textos em que ela conta sua experiência
com surfe, yoga, dança e até triatlo
adaptado. “Sempre fui uma apaixonada por
esportes. Todas as provas de que participei
desde que sofri o acidente são uma forma
de reviver essa relação muito forte”, contou
Gabrilli à Revista da CAASP.
A última experiência relatada pela
deputada em seu blog foi com o triatlo.
Eram 5h20 da manhã do dia 5 de maio
de 2016 quando ela chegou a uma praia
de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo,
para encarar esse desafio. Em uma espécie
de mini-catamarã, em que seu corpo ficou
suspenso por cordas, Mara foi puxada 10
qulimômetros pelo amigo Tubarão, em
uma prova que durou quase cinco horas.
“Durante toda a prova fiquei o tempo todo
praticando uma respiração acelerada e
tentando mexer as pernas, contrair os
músculos. Com a ajuda da água, algumas
vezes consegui movimentos que me
fizeram bater a coxa na barriga”, escreveu
na época.
Provas como essa, segundo Gabrilli, são
esporádicas, até por conta de sua apertada
agenda como deputada federal, mesmo
assim ela mantém uma rotina de treinos
diários que contempla alongamento,
musculação com eletroestimulação e
lokomat (aparelho que simula a caminhada
e ajuda na reabilitação de pessoas com
deficiência). “A verdade é que não há
um manual para transgredir a paralisia.
Quando sofri o acidente e perdi os
movimentos do pescoço para baixo, minha
grande conquista foi ter me livrado dos
aparelhos para respirar. Desde então, a
respiração passou a fazer parte da minha
rotina de exercícios, algo que sigo com
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