Henry David Thoreau: revolucionário, idealista,
precursor do ambientalismo.
70 REVISTA DA CAASP
“Não é desejável cultivar
o respeito às leis no mesmo
nível do respeito aos
direitos. Deveria o cidadão
desistir de sua consciência,
mesmo por um único
instante ou em última
instância, e se dobrar ao
legislador?”
“Existem leis injustas;
devemos submeter-nos
a elas e cumpri-las, ou
devemos tentar emendá-las
e obedecer a elas
até a sua reforma, ou
devemos transgredi-las
imediatamente?”
“A verdade de um jurista
não é a Verdade, mas
a consistência, ou uma
conveniência consistente.
A verdade está sempre em
harmonia consigo mesma,
e a sua importância
principal não é a de revelar
a justiça que porventura
possa conviver com o mal.”
“A única obrigação que
tenho o direito de assumir
é fazer a cada momento aquilo que julgo
certo. A lei nunca fez os homens sequer um
pouco mais justos; e o respeito reverente pela
lei tem levado até os bem-intencionados a
agir cotidianamente como mensageiros da
injustiça.”
Essas citações abarcam apenas parte
das questões éticas, políticas e legais
levantadas por Henry David Thoreau
(1817-1862), escritor norte-americano, no
ensaio “Desobediência Civil”, um clássico
da literatura política e filosófica publicado
por ele aos 22 anos de idade, em 1849.
Além do famoso ensaio, Thoreau deixou
extensa obra, a maior parte publicada
postumamente. Hoje é considerado um
dos grandes nomes da literatura norte-americana
e reconhecido como filósofo,
poeta, abolicionista, naturalista, crítico do
desenvolvimento, militante anti-impostos e
historiador.
Além do ensaio objeto deste
comentário, “Walden” é seu outro livro mais
conhecido. Nele Thoreau discorre sobre
o encantamento e a virtude de uma vida
simples junto à natureza, tendo-se inspirado
em experiência própria, quando morou
LITERATURA
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