convencional. Além disso, nosso pessoal, que
é muito qualificado, fez modificações nele,
aumentou o tamanho, deixando com cerca
de 2.200 toneladas, mais robusto, mais longo.
Na falta de dinheiro, o que se decidiu no
Brasil é que nossa força estratégica serão
os submarinos, convencionais e nucleares.
O plano original, inclusive, era termos 20
convencionais e seis nucleares até 2050, mas
agora isso já mudou.
Aquela questão da compra dos caças, tão
discutida na mídia, ficou bem resolvida com
a aquisição das aeronaves suecas?
Os caças suecos foram uma boa opção. O
Rafale francês era muito caro. O Rafale é
uma extraordinária máquina de guerra, mas
realmente muito caro, sua hora de voo custa
17 mil dólares, enquanto a hora de voo do
sueco Gripen custa 4.400 dólares. Olhando
para os projetos, a melhor máquina de guerra
é o F-18 Super Hornet americano. Decidiu-se
pelo Gripen sueco.
Não foi uma concorrência, mas uma escolha
direta. Juridicamente, inclusive, tem uma outra
figura, pela qual você escolhe as empresas
que você quer que participem e as convida. Houve dois ciclos, o primeiro com proposta inglesa,
proposta russa e outros convidados. Na segunda fase, a short list, havia os suecos, os franceses e
os americanos. Todos os três cumprem a missão, e o que variava era quanto à transferência de
tecnologia.
No caso do caça americano, era a tecnologia que mais interessava, mas em compensação é
a que menos se transfere. A legislação restritiva americana não é iniciativa do Executivo, mas
do Congresso – é um nó. A Boeing, fabricante, conseguiu uma negociação boa, em que ela se
comprometia a entregar para o Brasil o mesmo tipo de tecnologia que entrega para Israel e Coreia
do Sul, que são os países que mais recebem tecnologia militar americana. Com as agências de
pesquisa do Brasil – da Força Aérea e da iniciativa privada, por meio da Embraer -, seria suficiente
para se chegar ao que se pretendia. A discussão estava mais na questão da linha de crédito. Com
certeza, o que comprometeu a negociação com os Estados Unidos foi a espionagem contra a
presidente Dilma Rousseff feita pela NSA. Ela ficou muito irritada, com toda razão, e aí suspendeu
toda a negociação.
Há informações, inclusive, de que naquela visita de Estado que ela faria aos Estados Unidos, a
qual foi cancelada, ela anunciaria a compra dos aviões americanos. Isso nunca foi comprovado.
De qualquer forma, o sueco Gripen é um ótimo avião. A própria Força Aérea americana o
considera avançado na categoria. O que mudou foi o foco: ele vai servir para que a Embraer e
12 REVISTA DA CAASP
ESTADOS
UNIDOS E ISRAEL
PROMOVERAM
UMA GUERRA
CIBERNÉTICA QUE
ATRASOU EM PELO
MENOS 15 ANOS
O PROGRAMA
NUCLEAR DO IRÃ
ROBERTO GODOY | ENTREVISTA