tem que combinar com o inimigo (risos).
A questão central é que uma retaliação norte-coreana não seria contra os Estados Unidos,
mas contra a Coreia do Sul, o Japão... e o “gordinho” tem cerca de mil mísseis de curto e médio
alcance, e que funcionam. O último teste que ele fez foi impressionante: ele lançou quatro e
cada um deles caiu à mesma distância uns dos outros, quer dizer, foram programados para
cair exatamente ali.
Foi muito marcante a transmissão ao vivo, pela televisão, daqueles bombardeios durante
a Guerra do Golfo, nos anos 80. Aquele tipo de ataque, aquelas armas cujos nomes se
popularizaram (Tomahawk, Scud), ainda são usadas hoje?
Aquelas armas foram passando por upgrades. O míssil Tomahawk que voa hoje tem muito a
ver com aquele. A caraterística dele é a seguinte: ele é um aviãozinho; você o dispara, ele abre
asas. Ele é subsônico, voa a 850 quilômetros por hora, levando uma “cabeça de guerra” de
quase 500 quilos. Não é um explosivo comum, mas um explosivo chamado HE6, que tem seis
vezes a capacidade de um explosivo convencional. Você dá um ponto de GPS para o Tomahawk
atacar, no meio do caminho ele vai reconhecendo o terreno. Então, ele voa muito baixo,
acompanhando as variações do terreno e desviando de obstáculos. Sua trajetória pode ser de
até 2.500 quilômetros – geralmente ele é disparado para percursos de 1 mil, 1.300 quilômetros.
Mas veja: isso significa que você pode dispará-lo aqui em São Paulo para alcançar um alvo que
fica além de Brasília
Como funcionam os escudos antiaéreos?
Há duas coisas. Primeiro, barreiras antiaéreas, que são convencionais e muito eficientes. Está
vindo um avião, um helicóptero, um drone ou outra aeronave qualquer. Uma carreta portando
misseis e um radar detecta, faz o disparo e intercepta.
REVISTA DA CAASP 17 ENTREVISTA | ROBERTO GODOY