
SUITE
POR QUE A POLÍTICA
NÃO SE RENOVA
O eleitor que cobra renovação no
Parlamento talvez não saiba por que ela não
acontece, a despeito do fim do financiamento
empresarial das campanhas, o que, em tese,
livra a disputa da influência dos grandes
conglomerados econômicos. Neste ano, os
partidos tiveram de se virar com doações de
pessoas físicas, 1,7 bilhão de reais do Fundo
Especial de Financiamento de Campanha e
888 milhões de reais do Fundo Partidário. A
medida, contudo, em nada tornou democrática
a destinação dessas verbas no âmbito interno
dos partidos, cujos caciques continuam a
abocanhá-las.
Às vésperas da eleição, importantes veículos da imprensa brasileira denunciaram o
caciquismo. Reportagem de “O Globo” informou que “dos 843 milhões de reais distribuídos
pelos partidos para as campanhas ao Congresso, 543 milhões, 67%, foram para as mãos de
quem tem ou já teve mandato como senador ou deputado federal”.
De acordo com o jornal, a distribuição mais desigual ocorreu “no MDB, DEM e PSDB, que
destinaram mais de 80% da verba para quem já teve mandato no Congresso Nacional”. A média
de dinheiro público recebido por candidatos novos ao Parlamento é de 116 mil reais, ao passo
que a velha guarda recebeu 766 mil reais em média.
Já o site da BBC Brasil publicou relato da paulistana Fernanda Gama, de 34 anos, que disputaria
uma vaga na Câmara Federal pela primeira vez pelo PMN e que ficou a ver navios dentro do
seu partido: “O papo era: vai ter uma verba. Mas isso foi até o deferimento da candidatura. Aí,
eles disseram que a gente não receberia nem um real. Sobre os 30% do Fundo destinado às
candidatas mulheres, eles disseram que o presidente municipal do partido destina para quem
SUITE 38 REVISTA DA CAASP
Iniciativa da OAB-SP pode contribuir para
resolver o problema
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