
Filósofo, professor de Gestão de Políticas
Públicas na Universidade de São Paulo, mesma
escola em que se formou e se pós-graduou,
colunista da Folha de São Paulo e habitué de
programas de entrevistas e debates em canais
de televisão, Pablo Ortellado é o primeiro nome
lembrado no país quando se quer falar sobre
internet, redes sociais e seu peso na cena política
nacional.
Coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas
Públicas para o Acesso à Informação, Ortellado
tem se dedicado especialmente ao tema das fake
news. Sua clareza, lucidez e contundência lhe
rendem críticas da direita e da esquerda – tanto
bolsonaristas quanto petistas não o tem em alta
conta.
“Estas eleições demonstraram que com grande
mobilização da sociedade, e com domínio das
mídias sociais, eu consigo derrotar todos os outros
recursos tradicionais. Não é que os recursos
tradicionais deixaram de ser importantes, eu não
tenho dúvida que eles seguem importantes. Mas
podem ser derrotados”, disse Pablo Ortellado à
repórter Karol Pinheiro.
A seguir, a entrevista.
Revista da CAASP – A revolução tecnológica
e as redes sociais afetaram nossa forma de
fazer e compreender a política?
Pablo Ortellado – Afetaram muito. Acho
que a primeira mudança foi no formato da
comunicação. Tem um sociólogo catalão,
Castells (Manuel Castells Oliván), que diz que
antes tínhamos basicamente duas formas de
comunicação. Uma, a comunicação de massa,
que é a comunicação de uma revista, do
rádio e da tevê, na qual temos uma emissão
centralizada e receptores passivos. É o formato
“um-muitos”, em que a mensagem vai de
uma para muitas pessoas. Outra forma, mais
interativa, era a da comunicação interpessoal
e que tinha formato “um-um”. É o modelo do
telefone, eu diria.
REVISTA DA CAASP 7 ENTREVISTA | PABLO ORTELLADO
“SEREMOS
EXPORTADORES
DE CAMPANHA
POLÍTICA PELO
WHATSAPP”