
Arthur Kirkland: agressão física ao juiz-vilão. E problemas com a Comissão de Ética da Ordem.
46 REVISTA DA CAASP
Jewison fez
o cultuado No
calor da noite
(1967), em que
um policial negro
desafia a polícia
racista em uma
cidade do sul dos
Estados Unidos.
Fez Crown,
o magnífico
(1968), em que
glamouriza a vida
de um assaltante
de bancos. E fez
Justiça para todos (1979), em que relata o dia
a dia de um advogado criminal de Baltimore,
EUA.
O tema central é o conflito entre Arthur
Kirkland e Henry T. Fleming. O primeiro, o
advogado criminal, um idealista, encarnado
à perfeição por Al Pacino, que concorreu
ao Oscar de Melhor Ator pelo papel. O
segundo, um juiz absolutamente desprovido
de qualquer preocupação humanitária, bem
interpretado por John Forsythe, para quem os
advogados constroem “ideias impossíveis de
reabilitação (de criminosos)”.
Noventa por cento da fita se passam
em corredores de fóruns e tribunais e em
delegacias de polícia. O filme começa com
Kirkland encarcerado por ter esbofeteado
o juiz Fleming, e caminha entre o conflito
central (Kirkland x Fleming) e casos paralelos,
todos ilustrativos do engajamento político
do diretor: do travesti negro preso antes por
sua homossexualidade e sua cor do que pelo
delito que teria cometido ao jovem vitimado
por um acordo não observado pelo juiz.
Pacino faz um personagem e tanto.
Idealista e briguento, Kirkland está às
voltas com a Comissão de Ética da Ordem
dos Advogados, e tal condição é que o
deixa à mercê da chantagem de Fleming.
CINEMA
Reprodução