
NOTÍCIAS 60 REVISTA DA CAASP
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A CAASP promoveu gratuitamente
na noite de 25 de março, na sede da OAB-SP,
a exibição do documentário “Mexeu
com uma, mexeu com todas” (2017), de
Sandra Werneck, que também dirigiu
“Cazuza – O Tempo Não Para”. O filme
traz depoimentos de mulheres públicas e
anônimas que passaram por algum tipo
de agressão, abuso ou assédio sexual,
como a nadadora Joanna Maranhão, que
deu nome à lei que mudou o prazo de
prescrição para crimes contra a dignidade
sexual praticados contra crianças e
adolescentes, e a farmacêutica Maria da
Penha Maia Fernandes, que motivou a lei
que criminaliza a violência contra a mulher,
entre outras.
Após a sessão, a diretora da CAASP
Andrea Regina Gomes mediou debate do
qual participaram a presidente da Comissão
Nacional da Mulher do Conselho Federal
da OAB, Alice Bianchini, a presidente e a
vice-presidente da Comissão da Mulher
Advogada da Secional, Claudia Patrícia
de Luna Silva e Myrian Ravanelli Scandar
Karam, e a conselheira estadual Maria das
Graças Perera de Mello.
Durante o evento, a vice-presidente
da Caixa de Assistência, Aline Silva Fávero,
salientou que as situações constantes de
violência doméstica e de assédio contra
as mulheres as levam a um sofrimento
crônico. “A CAASP, para além de sua
função estatutária e do cuidado da saúde
do advogado e de sua família, tem hoje
uma frente de cuidado especial à mulher
e promoção da sua saúde, que passa pelo
enfrentamento e o debate das temáticas
que a afligem, como a violência de gênero
e a desigualdade no mercado de trabalho”,
afirmou Fávero.
“Como fica claro nos depoimentos
das personagens do documentário, o
silêncio só é rompido quando outra
pessoa, em geral outra mulher, segura
na mão da vítima. A violência que mexeu
com as personagens do documentário,
portanto, mexe também conosco que
somos mulheres e advogadas”, afirmou a
presidente da Comissão Mulher Advogada
da Secional, Claudia Patrícia Luna.
Alice Bianchini, presidente da
Comissão Nacional da Mulher do Conselho
Federal da OAB, apresentou números do
relatório Global Advisor, focado nos temas
relacionados com a igualdade de gênero,
realizado pela Ipsos em 24 países no ano
de 2018, para falar sobre o preconceito
que não cessa. “Apesar de estarmos na
segunda década do Século XXI, ainda há
pessoas que acreditam que as mulheres
são inferiores aos homens. No Brasil, 19%
dos homens acreditam na inferioridade
feminina – e algumas mulheres concordam
com eles. Segundo a pesquisa, 14% das
entrevistadas mulheres disseram que se
consideram inferiores aos homens. Essa
percepção cria uma hierarquia de poder
de um sobre o outro que é caldo propício
para a violência sobre a mulher”, explicou
Bianchini.
A diretora da CAASP Raquel
CAASP E OAB-SP DEBATEM
A VIOLÊNCIA E A CONDIÇÃO
FEMININA