
ano passado, afirma que em 2017 cerca de
157 milhões de pessoas em todo o mundo
estiveram em situação de vulnerabilidade
por conta das ondas de calor, um aumento
de 18 milhões de indivíduos em relação a
2016. Em média, cada pessoa foi exposta de
um a quatro dias adicionais de ondas de calor
entre 2000 e 2017, comparado com a base
1986-2005.
Além do aumento da incidência de doenças
cardiovasculares, os impactos diretos das
mudanças climáticas na saúde incluem
doenças respiratórias, em decorrência do
ar cada vez mais seco e poluído; doenças
mentais - pesquisas afirmam que aumento
das temperaturas está associado a estresse,
ansiedade e depressão -; alergias; lesões e até
mortes devido a eventos climáticos extremos,
como secas, tempestades e queimadas; e a
proliferação de doenças por vetores, como
REVISTA DA CAASP 31
mosquitos.
Acredita-se que as recentes epidemias
que envolveram o mosquito aedes aegypti,
transmissor da dengue, da chikungunya e do
zika, no Brasil foram potencializadas pelas
mudanças climáticas em curso. O último texto
da Conferência das Partes da Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima aponta ainda que o aquecimento
do planeta aumentou em aproximadamente
10% a capacidade vetorial dos mosquitos
desde a década de 1950.
“É provável que registrássemos crises
com o zika e com a chikungunya? Sim. Elas
seriam grandes como foram? Dificilmente,
se os picos de temperaturas não ajudassem.
Mudanças climáticas tratam-se disso:
multiplicação de problemas e doenças”,
observa a ambientalista e diretora-executiva
do Instituto Clima e Sociedade (ICS) Ana Toni
SAÚDE