
A IMPORTÂNCIA DO
ACORDO DE PARIS
SAÚDE 32 REVISTA DA CAASP
Toni chama a atenção ainda para os efeitos
indiretos do aquecimento global sobre a
saúde, como a insegurança alimentar e a
falta de alimentos, o desabastecimento de
água potável, que provocarão desnutrição
e infecções, o dano à biodiversidade e a
elevação do nível dos mares, que farão
grandes massas populacionais migrarem
para outra localidade.
“Se a população ainda não sentiu esses
efeitos indiretos, o bom produtor agrícola já,
porque a alteração no clima causou mudanças
nos padrões de chuva e, hoje, esse produtor
já não consegue plantar e colher como no
passado”, pontua Toni.
Segundo o IBGE, 2.700 é o número de
municípios que sofreram com secas severas
entre 2013 e 2017. No mesmo período, 1.700
tiveram enchentes. 270 bilhões de reais foi o
prejuízo que extremos climáticos causaram
ao Brasil entre 2002 e 2012, segundo
estudo do Grupo de Economia Ambiental da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Um aumento de 2 graus Celsius na
temperatura global é considerado o máximo
que a humanidade pode tolerar sem agravar
o risco à saúde. Por isso, medidas ambiciosas
e urgentes de mitigação devem ajudar a
enfrentar o que esta por vir e a alcançar as
metas do Acordo de Paris.
Os perigos das mudanças climáticas se
tornaram mais tangíveis quando o presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou
que o país se retiraria do Acordo de Paris.
O tratado visa a manter o aumento da
temperatura média global abaixo de 2 graus
Celsius por meio da redução das emissões
de gases de efeito estufa. Hoje, 184 das 197
partes ratificam o acordo.
A ausência dos EUA será sentida por
todos. Afinal, trata-se de um dos países que
produzem a maior quantidade de carbono
do mundo, ao lado da China. Mas é essencial
que todos os demais também cumpram cada
ponto com o qual se comprometeram em
2015, quando o tratado foi assinado.
O Brasil, por exemplo, é o sétimo maior
emissor mundial de gases de efeito estufa, e
sua importância para o planeta é inestimável
por ser dono da maior floresta tropical do
planeta, a Amazônia.
Desde 1992, quando a cidade do Rio de
Janeiro sediou a Eco 92, a Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento, o país vinha se projetando
como líder ambiental global. Uma série de
ações nesse sentido foram implementadas
desde então, como a criação de novas áreas
protegidas na Amazônia, incluindo reservas
indígenas e unidades de uso sustentável,
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André Villas Boas/ISA-OC
Toni: agricultores já sentem os efeitos do
aquecimento