O magistrado moralista é denunciado por
estupro e quer contratar Kirkland para
defendê-lo. A justificativa é estratégica: como
a rivalidade entre eles é notória, o fato de
REVISTA DA CAASP 47 CINEMA
Kirkland, o idealista, assumir a defesa de
Fleming inculcaria na opinião pública a ideia
de inocência do juiz.
O desenrolar da trama segue um roteiro
sem furos, mas que exige atenção do
expectador. A câmera de Norman Jewison
tem momentos de brilho pelos corredores
forenses. Além de Pacino e Forsythe, também
brilha Jack Warden na pele do juiz Francis
Rayford – este, dono de hábitos um tanto
quanto excêntricos, mas despojado da
arrogância moralista de Fleming.
Justiça para todos é pura crítica ao
sistema judiciário americano, em que,
segundo Jewison, juízes são cidadãos que
se sobrepõem aos demais, em certos casos
encarnam o preconceito de alguns. Como
demonstra a fala de um policial-burocrata,
em cena breve, mas emblemática: “O juiz
Fleming é como nós, odeia a ralé”.| (PHA)
Jewison: uma das caras da Nova Hollywood.
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