
52 REVISTA DA CAASP
No submundo de uma cidade portuária
americana, um trapaceiro do baralho é
assassinado com dois tiros. A autópsia do
corpo mostra que ele carregava o letal vírus
da peste pneumônica, o qual poderia vir
a ser disseminado pelas pessoas de sua
convivência e por seus próprios matadores.
Começa a caçada policial e, em paralelo, a
luta de um médico idealista para alertar as
autoridades sobre o potencial devastador do
microorganismo, cuja contaminação se dá
pela aspersão de gotículas respiratórias.
O doutor Reed (Richard Widmark) adverte
para a possível necessidade de quarentena
e até mesmo de vacinação em massa da
população local – sim, havia um remédio
contra a peste pneumônica, que, não contra-atacada,
matava em 48 horas. O dilema
enfrentado por ele, um oficial-médico da
Marinha, membro do Departamento de Saúde
Pública dos Estados Unidos, e compartilhado
por gestores públicos é: vale a pena criar
pânico na população? Não, entendem.
A opção escolhida é correr para capturar
os assassinos e isolá-los. Mas não só a eles:
a vítima chegara à cidade como clandestina
em um navio infestado de ratos, vetores do
vírus causador da peste pneumônica. Há
que ser feito um trabalho profilático junto à
tripulação e aos trabalhadores portuários,
e uma barreira cultural ergue-se diante do
doutor Reed.
As situações de “Pânico nas Ruas” parecem
estar de volta em 2020, é claro que num grau
muito mais elevado agora. Ao alertar para o
Reprodução
Ciência e política em conflito diante do vírus mortal.
CINEMA Reprodução