
44 REVISTA DA CAASP
Roberta Godinho só se desloca em
São Paulo de bicicleta. Por dia, percorre
pelo menos 10 quilômetros. Formada em
administração hospitalar, ela foi assistente
de ninguém menos que Pelé, o Atleta do
Século, durante 17 anos, em uma empresa
de marketing esportivo. “Ia para eventos
de salto alto e bicicleta”, conta, rindo. Há
25 anos, quando começou a fazer esses
deslocamentos, pouquíssimos moradores
de São Paulo usavam a bicicleta como meio
de transporte regular.
Hoje, em cruzamentos da avenida Faria
Lima há concentrações de ciclistas que quase
se poderiam chamar de congestionamentos.
Como modal de mobilidade urbana, a
bicicleta é o meio que mais cresce. Na
época em que Roberta começou a cortar as
avenidas paulistanas em sua bike, em 1995,
não havia pesquisa sobre quantos moradores
usavam o mesmo tipo de transporte para ir
ao trabalho.
Em 2007, com a pesquisa origem-destino
do Metrô, soube-se que eram 304 mil
pessoas. O último dado disponível, referente
a 2017, deu conta de que já eram 377 mil.
Em 13 anos, houve um crescimento de 24%.
E deve crescer muito mais, segundo estudo
da consultoria global Kantar.
Em 10 anos, o número de pessoas que
usarão a bicicleta como meio de transporte
regular subirá para mais de meio milhão —
precisamente 554,2 mil. Ao mesmo tempo,
segundo o estudo da Kantar, o uso de carros
deve cair 28%. Já o uso de transporte público
subirá 10% e o deslocamento a pé subirá
G.
R.Arquivo Roberta Godinho: ex-assistente de Pelé pedala 10 quilômetros por dia.
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