
25%.
São dados que indicam uma mudança
radical no cenário da cidade, com trânsito
muito menos caótico e pessoas muito
mais saudáveis, já que a bicicleta é uma
das melhores atividades físicas para
fortalecimento cardiorrespiratório. Porém,
segundo o levantamento da consultoria
global, feito com base em pesquisa de campo,
a população da capital paulista vê de forma
crítica e pessimista o futuro da mobilidade.
De acordo com Luciana Pepe, diretora
de contas da Kantar no setor automotivo,
essa projeção negativa decorre da atual
situação dos transportes.
Em razão da crise econômica
que existe desde 2015,
investimentos deixaram de
ser feitos na infraestrutura
do transporte, e a situação
do trânsito piorou.
A boa notícia é que a
mesma pesquisa indica a
disposição dos moradores
de São Paulo de adotar
soluções inovadoras para
melhorar o transporte. Em
razão disso, aumentou o
número de viagens feitas a
partir de aplicativos, como
o Uber, 99 e Cabify, além
do uso incipiente de carros
compartilhados, obviamente
não recomendado enquanto
durar a pandemia da Covid-19.
E essa disposição não é exclusividade do
paulistano. A estudo envolveu as principais
regiões metropolitanas do mundo.
“A pesquisa da Kantar descobriu que 40%
das pessoas em todo o mundo estão abertas
a novas soluções, mas nem todas as cidades
estão prontas para a transformação da
mobilidade”, destaca Luciana. A estimativa
REVISTA DA CAASP 45 DIA A DIA
é que, no mundo, as viagens de automóveis
caiam de 51% para 46%. Ao mesmo tempo,
o ciclismo deve crescer muito — no mundo,
18%, inferior à taxa estimada para São
Paulo. Já a caminhada e o transporte público
aumentarão 15 e 6%, em média, nas maiores
regiões metropolitanas do planeta.
O empresário Ronaldo Manso Viana tem
uma trajetória que reflete essa espécie de
evolução do indivíduo em sua relação com
os modais de transportes. Ele saiu do carro
e foi para o transporte público, depois para
a caminhada e se encontrou sobre as duas
rodas movimentadas pelo esforço humano.
Arquivo R.G.
Ronaldo Viana: visita a clientes de bicicleta depois do primeiro
encontro.
Ronaldo tem uma empresa de tecnologia
de segurança e, depois do primeiro contato,
só visita clientes de bicicleta. “No primeiro
contato, eu vou de carro, porque o cliente
pode ter uma imagem negativa. Mas depois,
quando ele já conhece meu trabalho,
pergunto se ele se importa que eu vá de
bicicleta. Ninguém se importa. A bicicleta já
é bem aceita na sociedade”, comenta.