Julho das Pretas: o papel do Direito e da Cultura na luta antirracista
Como parte da iniciativa “Julho das Pretas – Lideranças e Potências”, promovida pela CAASP em parceria com a Revista Raça, em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, em São Paulo, foi palco de debates potentes sobre o protagonismo negro em diferentes esferas de atuação, no dia 28 de julho.
Encerrando a programação, o painel "Direito, Raça e Moda" reuniu Diva Zitto, presidente da CAASP; Jandaraci Araújo, presidente do Conselho do Museu Afro Brasil; e Maurício Pestana, CEO da Revista Raça. A mediação ficou por conta de Hamalli Alcântara, diretora-executiva da publicação.
A discussão abordou o papel do direito e da cultura como ferramentas de afirmação e resistência do povo negro. O papel das instituições nesses setores foi enfatizado por Diva Zitto:
“Cabe à advocacia o trabalho de educar a sociedade quanto aos direitos do povo negro e à execução dessa cidadania. A OAB é também a casa da cidadania”.
Jandaraci Araújo, por sua vez, destacou que as instituições culturais não podem se limitar à preservação do passado, mas devem também inspirar e transformar o presente e o futuro:
“Um museu tem obrigatoriamente o papel de preservar o passado, mas, como instituição cultural, também fala do presente e do futuro”.
Durante o evento, Maurício Pestana apresentou, de forma inédita, o livro “Paula a Baiana: quituteira e fuzileira naval honorária”, de Pedro Mastrobuono, publicado pela Editora Raça Brasil. A obra resgata a história esquecida da quituteira negra que conquistou a marujada e tornou-se madrinha da Infantaria.
Pestana ressaltou a importância da cultura como ferramenta de combate ao apagamento histórico:
“A cultura sempre foi o espaço que o povo negro encontrou para contar suas histórias”.
Um desfile memorável da estilista Isa Silva fechou o “Julho das Pretas - Lideranças e Potências”, em um gesto simbólico de celebração do presente e projeção do futuro das potências negras.
