Dengue avança e acende sinal de alerta: prevenir é dever de todos

Por Paulo Henrique Arantes

Em 15 fevereiro 2024


 

 

A dengue cresce exponencialmente no Brasil: já são 512 mil casos prováveis em 2024 - no mesmo período em 2023 eram 128 mil. No Estado de São Paulo, o Centro de Monitoramento de Emergências, órgão da Secretaria da Saúde, lançou o Painel de Monitoramento da Dengue (dengue.saude.sp.gov/dengue), que considera também os casos de chikungunya e zika - as chamadas arboviroses. O serviço informa que, de 1º de janeiro a 14 de fevereiro de 2024, notificaram-se 141 mil casos dessas doenças no Estado, 49 mil dos quais já foram confirmados, com nove óbitos.

 

Os efeitos da vacinação que ora se inicia serão sentidos à frente. Independentemente do processo de imunização, é fundamental e urgente que as pessoas atentem para os cuidados preventivos, sem os quais a dengue poderá alcançar neste ano índices estratosféricos de incidência, os quais já se projetam, impulsionados por condições climáticas e urbanísticas favoráveis.

 

“Estamos vivenciando um período de aumento dos casos de dengue, inclusive de dengue hemorrágica, que pode levar à morte. É preciso que a população se conscientize, pois a melhor forma de prevenção é evitar a proliferação do mosquito transmissor, eliminando a água armazenada que pode se tornar criadouro”, adverte o advogado Leandro Contro, presidente da OAB de Bebedouro, cidade em que o número de casos de dengue é alarmante.

 

“Prevenir é responsabilidade de todos”, conclama Contro.

 

A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito aedes aegypti, infectada pelo vírus comumente presente em água parada, daí ser necessário:

 

- desobstruir calhas, lajes e ralos;

- vedar reservatórios e caixas d’água;

- remover recipientes que possam se transformar em criadouros do mosquito;

- usar telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;

- colaborar com as ações públicas de fiscalização, prevenção e controle.

 

“Estamos lidando com um cenário inédito de expansão do mosquito. O vírus tem chegado a lugares com baixo histórico de contaminação pela doença. Ele encontra população e agentes de saúde que ainda não estão treinados”, advertiu via imprensa o infectologista Antonio Bandeira, responsável pela identificação do vírus zika, também transmitido pelo aedes.

 

A dengue se manifesta, inicial e subitamente, por febre acima de 39º, acompanhada de dor de cabeça e atrás dos olhos, dores musculares e articulares. Ao apresentar tais sintomas, a pessoa deve procurar um serviço de saúde imediatamente. O tratamento da doença, sempre a partir de orientação médica, baseia-se na reposição de líquidos e em repouso.

 

A superação do período febril exige atenção especial. Após o declínio da febre (entre o terceiro e o sétimo dias) alguns sinais podem indicar o agravamento da doença, cuja evolução para o tipo hemorrágico pode levar à morte. Eis os sintomas:

 

- vômitos persistentes;

- acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);

- letargia e/ou irritabilidade;

- aumento do tamanho do fígado;

- sangramento da mucosa.

 

Indivíduos de todas as faixas etárias são suscetíveis à dengue, porém aqueles que possuam alguns fatores pré-existentes - como mulheres grávidas, lactentes, crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos - têm maiores riscos de complicações.


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