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Revista da CAASP - Edição 26-

Ricardo Bastos Arquivo pessoal L. N. Lúcio Nery foi vítima de uma tragédia após ser terceirizado: perdeu uma perna e dois braços. ESPECIAL 32 REVISTA DA CAASP de energia Cemig uma possibilidade de ascensão social. “A pessoa olha para uma prestadora de serviço de empresa grande e acha que, trabalhando lá, fará parte da empresa grande. Não é assim. Eles são muito explorados”, conta José Henrique de Freitas Vilela, diretor do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais. “Os terceirizados ganham menos, trabalham mais e não têm o mesmo tipo de treinamento”, acrescenta. Lúcio era considerado pela empreiteira um bom eletricista. “Eu cheguei em um dia na empresa e logo depois estava no alto dos postes, trabalhando na rede”, contou Lúcio para a Revista da CAASP. Certo dia, por um erro de comunicação, ele colocou a mão numa rede ligada. O choque foi tamanho que ele perdeu os dois braços e uma perna. Lúcio acha que, se não fosse terceirizado, haveria preocupação maior com treinamento e protocolo. “As terceirizadas precisam mostrar resultado para receber, e por isso exigem mais do funcionário. Eu fazia muitas horas extras, trabalhava em feriado, fim de semana, de manhã até a noite. Deu no que deu”, afirmou. Para José Henrique, o que acontece na Cemig está longe de ser exceção no Brasil, principalmente no setor elétrico. “Se a


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