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Revista da CAASP - Edição 26-

terceirização for aceita, com a mudança da lei, os empresários vão ganhar mais e os trabalhadores serão massacrados. A exploração vai aumentar. Em todos os sentidos”, afirma José Henrique. No caso da Cemig, as empreiteiras trocam de nome de tempos em tempos, e o trabalhador, para não ficar sem trabalho, deixa de procurar a Justiça. “É assim que funciona. No papel, você tem os mesmos direitos que os empregados que não são terceirizados. Mas, na prática, não é isso que ocorre”, afirma José Henrique. Lúcio Nery passou quase 11 anos prestando serviços a uma das gigantes do setor elétrico, mas, nesse período, passou por oito empreiteiras diferentes. “Quando REVISTA DA CAASP 33 uma estava indo à falência, os donos ou amigos deles abriam outra, com os mesmos sócios, e eu perdia direito a férias e a outros benefícios, mas não ia à Justiça porque todo mundo sabe que quem vai à Justiça não é mais contratado por outra empreiteira. A gente costuma dizer aqui que muda o chicote, mas quem bate é a mesma pessoa”, resigna-se. Lúcio criou a expressão dublê de eletricista. Ele diz que o terceirizado faz o serviço mas não aparece, é invisível. E o que vai acontecer se a terceirização for amplamente aceita? “Nós teremos dublês em todas as atividades, o trabalhador ficará cada vez mais invisível, correndo todos os riscos e sendo cada vez mais explorado”, finaliza.|


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