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Revista da CAASP - Edição 26-

vai para o bolso dele, mas para o governo e também para forma indireta, como descanso semanal e férias”, afirma. Marcos calcula que as despesas com a manutenção dos quatro funcionários acabam representando mais da metade de todo o faturamento. “Ser empresário no Brasil é muito difícil. O risco é grande, as despesas também. Você tem que pensar muitas vezes antes de contratar alguém”, afirma. Sua mulher, Edna, que divide com ele as responsabilidades pela administração, diz que o empreendedor parece ser penalizado quando dá emprego. “Quem dá emprego deveria ter incentivo, mas o que temos é só obrigação. O governo é sócio oculto, que fica com a maior parte do que nós faturamos”, afirma. Para ela, quem dá emprego deveria receber incentivo. No caso deles, nunca houve uma ação judicial. “Procuro fazer REVISTA DA CAASP 31 tudo certinho. E nunca sofremos uma reclamação trabalhista”, conta Marcos. “Mas conheço muita gente que acaba sofrendo na Justiça do Trabalho, e são pessoas que também procuraram acertar, mas, quando se cai na Justiça do Trabalho, é muito difícil ganhar alguma coisa”, acrescenta. Marcos acha que a terceirização poderia ajudar na abertura de novos negócios. Como terceirizado, o trabalhador passa a ser também um empreendedor e ganhar por resultado. “Me parece mais justo”, afirma. Do outro lado, trabalhadores que já viveram a experiência da terceirização dizem que há situações em que tudo pode acabar em tragédia. Literalmente. É o caso de Lúcio Nery, que trabalhava em lavoura de café, na região do Triângulo Mineiro, quando enxergou numa empreiteira que prestava serviço para a empresa ESPECIAL Senac Pequenas fábricas muitas vezes são pressionadas pelos encargos trabalhistas.


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