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à Presidência dela, onde seu trabalho assegurou os votos que o levariam depois à Câmara Federal. Ele nasceu para a política dentro do movimento estudantil. “Os partidos vão atrás de quem já é reconhecido, já se destacou em alguma coisa”, salienta Machado. “No meu caso, ingressei na política partidária (na ocasião, ONDE ESTÃO AS MULHERES? As deputadas não chegam a representar 10% da Câmara Federal brasileira. Com isso, o Brasil ocupa o penúltimo lugar na América Latina em termos de participação parlamentar feminina. Ganhamos do Panamá. Os estudos sobre participação política e gênero evidenciam uma questão estrutural: a divisão do trabalho na sociedade brasileira, que faz com que a vida política muitas vezes pressuponha uma retaguarda, pois envolve uma segunda jornada para o homem e uma terceira para a mulher. “Boa parte das mulheres já está envolvida em trabalho remunerado e cuida quase sozinha do trabalho doméstico. Dedicar-se à política exigiria uma terceira jornada”, nota o cientista político Gustavo Venturi. Não é só. Entre as limitações objetivas à participação das mulheres na vida político-partidária REVISTA DA CAASP 25 via PCdoB) para fortalecer uma atuação política não-partidária que eu já tinha. Aos 13 anos, recebi um convite para atuar no movimento estudantil, em uma entidade que tinha ligação ideológica com um partido. Eu nem tinha idade para me filiar, mas fui para defender os estudantes”, relata. ESPECIAL estão os vícios dos caciques das legendas, com suas influências, seus favorecimentos e apadrinhamentos. “A cota de 30% para mulheres nas campanhas eleitorais é para inglês ver. Colocam-se mulheres na lista de candidatos, mas não são dadas a elas condições efetivas de disputar uma eleição”, acusa Venturi. E vai além: “Temos um fenômeno claro de discriminação nas estruturas partidárias, assim como em todas as relações de poder. Isso é visto nas empresas e nos sindicatos. Há categorias profissionais predominantemente femininas cujo sindicato tem uma diretoria composta na maioria por homens”. Maria Victória Benevides corrobora, destacando que, salvo casos isolados, as mulheres que ingressam na política com apoio partidário costumam ser esposas ou parentes diretas de políticos homens entranhados no poder. “Ou são Reprodução


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