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O cientista político Gustavo Venturi, também professor da USP e especialista em comportamento eleitoral, pondera que a eleição sem dinheiro de pessoas jurídicas apresenta-se mais equânime, porém a medida é insuficiente. “Em princípio, a diminuição do custo deveria favorecer a renovação, mas o encurtamento do período eleitoral faz com que as máquinas partidárias apostem ainda mais naqueles nomes já conhecidos e menos no lançamento de novos candidatos”, avalia. Não é o aperfeiçoamento das novas regras eleitorais que está em pauta no Congresso Nacional. Identifica-se entre parlamentares um movimento em direção à volta do financiamento empresarial, cuja articulação conta com membros dos partidos do chamado Centrão, liderados por PP, PSD, PTB e SD, e também de PSDB, PMDB e PT. O líder do Governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), afirmou que a crítica ao novo modelo, no Legislativo, é “generalizada”. “O Congresso, após a experiência desta eleição, vai ter que decidir sobre isso. Não dá REVISTA DA CAASP 23 ESPECIAL Gustavo Venturi: “o encurtamento do período eleitoral faz com que os partidos apostem em nomes já conhecidos” para tirar o financiamento empresarial sem colocar algo no lugar”, disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, da Paraíba. ONDE ESTÃO OS JOVENS? Desde 2013, os jovens brasileiros não saem da rua. O protesto político tem sido rotina, seja por melhores serviços públicos, seja contra corrupção, pelo impeachment ou contra ele, por manutenção de direitos. Porém, esses mesmos jovens recusam-se a cerrar fileiras partidárias e concorrer em eleições para por em prática suas ideias inovadoras – pelo menos no caso daqueles que integram movimentos autênticos. Essa postura fica clara nas palavras da estudante universitária Luize Tavares,


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