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Revista da CAASP - Edição 23

A Fiesp e a Força Sindical também gastaram bastante dinheiro na manifestação de 13 de março. Pode ser. O senhor disse em várias ocasiões que o PT contaminou o Judiciário e o Ministério Público. Ainda pensa assim, mesmo com as condenações e prisões de tantos membros do partido? Penso. Eu acho que essa última decisão do Judiciário (afastamento do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha) é uma decisão do PT. Mesmo tendo se dado por unanimidade no plenário do STF? REVISTA DA CAASP 13 A unanimidade muitas vezes se faz por um problema de gostar ou não gostar, nunca é tipicamente jurídica. O senhor acha, então, que até o ministro Gilmar Mendes, inimigo declarado do PT, votou de modo a favorecê-lo? Às vezes é solidariedade a outro membro do tribunal... eu acho que essa questão veio à baila muito mais por causa impeachment da Dilma do que pelo próprio caso do Eduardo Cunha. Há quem diga que se Eduardo Cunha tivesse sido afastando mais cedo o impeachment não emplacaria. Eu acho que não, eu acho que teria emplacado. Ele (Cunha) não fez nada além de exercitar um ato de ofício. O pedido foi entregue a ele, ele encaminhou de acordo com o regimento interno da Câmara, com o que a democracia determina. Eu acho que ele agiu normalmente. Eu não conheço o Cunha, o nosso pedido não foi ao Cunha. Nosso pedido foi ao deputado presidente da Câmara dos Deputados. Os ministros nomeados pelo presidente interino Michel Temer, ao menos os do seu núcleo próximo, não são exatamente as pessoas mais indicadas para renovar o Brasil, pois muitas delas participaram de governos anteriores, algumas até participaram de todos os governos desde a redemocratização. Há vários investigados na Operação Lava Jato. Como o Governo Temer fará o Brasil andar para frente com essas pessoas? É uma coisa que eu quero ver. ENTREVISTA | HÉLIO BICUDO


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