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Revista da CAASP - Edição 23

uma ação de impeachment? O vice é o vice. Como a presidente assinou, ele assinou, vamos dizer assim, colaborando com ela. Isso não impede que ele agora assuma uma posição contrária a isso. Ele pode vir a ser objeto de um pedido de impeachment, mas vamos ver se os mecanismos partidários vão levar a esse extremo. E os governadores? As chamadas “pedaladas” não são uma prática corriqueira? O governador de São Paulo, por exemplo, usou R$ 333 milhões de recursos provenientes das tarifas do Metrô para pagar outros serviços... Nesses casos em que os Estados estão comprometidos, que cada Estado atue no sentido de apurar as responsabilidades dos seus governadores. Mas o senhor enxerga conduta semelhante entre os casos federal e estadual? Pode ser. Essa questão tem muito da oportunidade: no momento houve uma oportunidade para se questionar o Governo Federal. O crime existe, na hora em que a questão for ressuscitada, a lei deve funcionar. Como acabar com as práticas de corrupção entre entes públicos e grandes empresas sem uma reforma política? A reforma política é um ideal a ser atingido, mas não há nenhum partido político atuante que esteja interessado na reforma política, embora digam que estão. O senhor teme pelo que pode acontecer nas ruas agora, com o impedimento da presidente Dilma Rousseff? Eu acho que essa questão de levar pessoas às ruas envolve duas faces de uma moeda: uma é o povo que está fazendo, que não cobra pedágio; e outra não é o povo que está fazendo, são entidades ligadas a A, B, C ou D sob pagamento. Há uma diferença muito grande entre as manifestações dos dias 13 e 18 de março último. O senhor acha que as 200 mil pessoas que estiveram na manifestação de 18 de março foram remuneradas para estarem lá? Não todos, mas os puxadores sim. 12 REVISTA DA CAASP HÉLIO BICUDO | ENTREVISTA


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