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Revista da CAASP - Edição 22---

SAÚDE \\ Tratamentos alternativos contra o câncer ainda são questionados O câncer persiste como uma ameaça à vida a ser vencida. Cada vez mais os pacientes buscam tratamentos alternativos, e os custos dos procedimentos não param de crescer 18 // Revista da CAASP / Abril 2016 WEB Reportagem de Karol Pinheiro As neoplasias malignas – cânceres – são responsáveis por mais de 15% de todas as mortes no Brasil, constituindo a segunda causa de óbito na população ao ceifar a vida de 225 mil brasileiros a cada ano. Era de se esperar que o surgimento de uma cápsula de formato cilíndrico, branca e azul, que supostamente faz com que o sistema imunológico identifique células cancerosas e combata-as, rapidamente ganhasse destaque nacional. Fruto de pesquisas conduzidas por duas décadas pelo professor, agora aposentado, Gilberto Chierice, do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, a fosfoetanolamina sintética é um composto químico que imita uma substância existente no organismo. Durante anos, mesmo sem o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a pílula foi entregue gratuitamente pela universidade em São Carlos, até que em 2014 a distribuição acabou. Pacientes passaram a conseguir a liberação na Justiça, por meio de liminares. Entusiastas da “pílula do câncer” apontam relatos de regressão e cura do câncer pela substância. Os mais cautelosos, no entanto, argumentam que até o momento não existem estudos que comprovem eficácia e segurança no uso dessa substância, itens indispensáveis para seu reconhecimento científico. Neste segundo grupo está um dos mais respeitados oncologistas do país, Paulo Hoff, diretor de Oncologia do Hospital Sírio Libanês. “Nem todas as terapias promissoras acabam se revelando um verdadeiro sucesso, uma vez que o script científico se cumpre”, afirma Hoff. Testada em camundongos, a fosfoetanolamina obteve resultados positivos no tratamento do câncer de pele, mas ainda não passou oficialmente pelas etapas de pesquisa exigidas pela legislação, que prevê uma série de estudos antes de um medicamento ser autorizado para uso dos seres humanos. Em março, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 03/2016, que permite a produção e o uso da fosfoetanolamina sintética, decisão Paulo Hoff: “nem todas as terapias promissoras dão certo”. Divulgação Hospital Sírio Libanês


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