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Revista da CAASP - Edição 22---

referendada pelo Senado em 21 de março, e que aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff. Os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Saúde começaram a promover a realização de estudos em instituições nacionais para verificar a segurança e eficácia da fosfoetalonamina. “Eu entendo que a população, especialmente aquela para a qual nós não temos na ciência um tratamento adequado a oferecer, procura qualquer coisa que lhe dê esperança, mas é improvável que uma única medicação possa ser a cura de todos os cânceres”, salienta Hoff. O oncologista explica que câncer é um termo genérico usado para designar um grupo de doenças que pode afetar qualquer parte do corpo: “O que chamamos de câncer é, na verdade, um conjunto de mais de cem doenças distintas, que em comum apresentam apenas o fato de serem resultados de uma transformação desordenada de uma célula saudável em maligna”. A OAB-SP envolveu-se no debate e realizará audiências públicas para discutir a fosfoetanolamina. A primeira delas, em 17 de março, contou com a participação de médicos especialistas e profissionais do campo jurídico. “A vitória de hoje foi compreender os principais obstáculos. Creio que houve unanimidade, por exemplo, sobre o fato de que a USP não tem condições de seguir com o fornecimento da droga e essa é uma obrigação que o Estado deve assumir”, salientou Martim Sampaio, diretor da Comissão de Direitos Humanos da Secional. Oncologia molecular Cada vez mais ganha campo no Brasil a oncologia molecular. A avaliação molecular consiste em identificar os biomarcadores genéticos e moleculares de um tumor, criando um perfil específico do câncer de cada paciente. “Nem toda medicação serve para todos os pacientes de câncer, ainda que o tipo da doença seja o mesmo. O estudo molecular do câncer do paciente permite entendermos melhor esse tumor, suas especificidades, o que leva a uma prescrição de terapêutica eficaz e individualizada”, explica o oncologista pediátrico Sidnei Epelman, coordenador do grupo de Diagnóstico e Tratamento dos Tumores Cerebrais da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope). Epelman participou recentemente do 4º Congresso Latino-americano de Neurocirurgia Pediátrica, realizado, no Guarujá, litoral de São Paulo, quando destacou à comunidade médica internacional ali reunida a importância da oncologia molecular no direcionamento terapêutico. “Hoje, esse tipo de avaliação é fundamental para diagnosticar e tratar câncer”, frisou à Revista da CAASP. Outra tecnologia que tem tudo para modificar de forma dramática o diagnóstico de câncer, o seu acompanhamento e, consequentemente, o tratamento doença e que vem sendo investigada há alguns anos por vários laboratórios ao redor do mundo, é a biópsia líquida. Atualmente prevalece o seguinte: o diagnóstico é feito por meio do histórico clínico, da ressonância magnética, do ultrassom, da cintilografia, do pet-scanning, da biópsia e de uma série de outras técnicas. Em seguida, o médico recomenda o tratamento terapêutico. Por meio da biópsia líquida, aposta-se, os diagnósticos serão menos invasivos ou complexos. Bastará um exame de sangue para que um câncer, ainda que em estágio inicial - quando muitas vezes não gera sintomas e pode não aparecer em alguns exames de imagem -, seja detectado, ou mesmo para que o médico monitore a possível ocorrência de metástase (quando células cancerígenas se espalham para outros órgãos) ou o surgimento de mutações que possam tornar o tumor mais agressivo ou resistente às terapêuticas. Abril 2016 / Revista da CAASP // 19 Epelman: “o estudo molecular permite entender o tumor”. Martim Sampaio: “USP não tem condições de fornecer a fosfoetanolamina”. OAB-SP Divulgação Age Imagem


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