Escritora premiada em vida, entre outras distinções foi agraciada com o Prêmio Jabuti por Laços de Família (1960), um de seus mais aclamados livros de contos. Sua obra permanece viva em diversas republicações disponíveis nas livrarias e tem sido inúmeras vezes adaptada para o cinema. Como no longa metragem A Hora da Estrela (1985), baseado no último romance de Clarice e dirigido por Suzana Amaral, e em curta-metragens como Clandestina Felicidade, do diretor pernambucano Marcelo Gomes, que fez um apanhado de vários contos do livro Felicidade Clandestina ou O Ovo no curta de Nicole Algranti, sobrinha da escritora, adaptando o conto O ovo e a galinha do livro Laços de Família. Recentemente, com amplo sucesso de público, a atriz Beth Goulart encenou o monólogo Simplesmente Eu, Clarice Lispector, com adaptação para o teatro de textos da escritora. O tempo prova que Clarice Lispector, essa mulher ucraniana, brasileira, nordestina e carioca, estrangeira em toda parte, é muito amada pelos brasileiros – pode-se dizer que cada vez mais amada. A simples leitura de alguns de seus contos ambientados no Rio de Janeiro é prova de sua brasilidade: ela é brasileiríssima. Outubro 2015 / Revista da CAASP // 39 M, o vampiro de Dusseldorf Luiz Barros é escritor e jornalista. M, o vampiro de Dusseldorf (1931) é um filme lendário. É o primeiro filme falado do também lendário diretor austríaco Fritz Lang e um dos primeiros filmes falados do cinema alemão. A película expressionista celebrizou o ator húngaro Peter Lorre no papel de um serial killer de crianças que é julgado por um tribunal de criminosos, revolucionando as técnicas de fotografia e filmagem. Cartaz do mais importante filme do expressionismo alemão Obra-prima maior do expressionismo alemão no cinema, o filme retrata e critica a sociedade alemã à época da ascensão do nazismo e pode ser entendido, ao menos, de duas maneiras. Na leitura de sua narrativa linear e explícita, é uma história policial de suspense e um drama de tribunal. Esse tribunal, peculiar, é formado por uma organização criminosa, que decide encarregar-se de capturar, julgar e matar o assassino, pois o clima de terror e a histeria que se espalhara na cidade pelos sucessivos infanticídios, o frenesi da imprensa e a caça policial ao assassino atrapalhavam os “negócios” da organização criminosa. WEB
Revista da CAASP - Edição 19-
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