Page 9

Revista da CAASP -Edição 18-

A que se deve a atual situação econômica, na opinião da senhora, que foi uma entusiasta do primeiro governo Dilma? Eu sou uma entusiasta do Brasil, e aí, automaticamente, eu sou uma entusiasta de qualquer pessoa que seja democraticamente eleita para um cargo. Na minha cidade, Franca, eu não votei para o prefeito eleito e 15 dias depois estava ajudando no que podia, porque eu quero ser feliz e não apenas ter razão. Desde 2008 o mundo vive uma crise muito séria. O Brasil passou imune por esses períodos por um bom tempo, e agora a crise chegou. Esse negócio de falar que incentivar o consumo foi um erro... só 54% da população têm máquina de lavar automática; falta construir 53 milhões de casas próprias nos próximos 10 anos para termos nível de igualdade em relação aos países desenvolvidos. O Brasil colocou muita gente para dentro da economia, e agora ocorre um problema de desequilíbrio de contas públicas. Mas a gente viveu um período diferente daquele que o resto do mundo viveu, que foram esses oito anos, de 2008 para cá, o que nos levou a pagarmos um preço agora. Eu acho que por um problema político – e eu não estou falando de onde vem esse problema – as medidas estão demorando muito a serem tomas, e certas coisas ganham proporções maiores. Mas será que esta crise econômica, com o país já em recessão e a inflação a persistir, não vai reverter os ganhos sociais recentes? Eu não acredito, porque milhões de pessoas ingressaram no mercado de trabalho e a renda das famílias mais que quadruplicou. O crédito, a renda e o emprego são o sustentáculo de um país em desenvolvimento. O crédito mais que quadruplicou, mesmo com as restrições, e a inadimplência está totalmente sob controle. A senhora disse que a inadimplência está controlada? A inadimplência está totalmente sob controle, sim. O que acontece? Quando você diminui o volume, ela aumenta percentualmente, mas no nosso caso nem aumentou. Se você tem uma inadimplência de 2 sobre 50 é uma coisa, se for de 2 sobre 40 aumenta a proporcionalidade. Então, como aumentou o volume de novos créditos, por tudo isso que você citou, então a inadimplência pode aumentar percentualmente. O que mais nos preocupa é o índice de confiança. O consumidor está com medo de perder o emprego, medo da inflação, dos juros, das notícias a toda hora muito ruins, então ele para de comprar. O aumento do desemprego na indústria é significativo e crescente. E no comércio varejista? Todo mundo, numa época de crise, tanta fazer mais com menos. O varejo não está admitindo, mas não há demissão em massa como na indústria. Aqui em cima (aponta para o andar de cima de seu escritório) agora há mais de 150 pessoas para novas lojas que nós (Magazine Luiza) vamos inaugurar. Na semana passada, abrimos quatro novas lojas. Estamos inaugurando neste ano 30 novas lojas - e não só nós. Ninguém, no âmbito do IDV, parou seu plano de expansão. Agosto 2015 / Revista da CAASP // 9 Então, o varejo gera muitos novos empregos.


Revista da CAASP -Edição 18-
To see the actual publication please follow the link above